O outono, nova estação que começa nesta sexta-feira (20) às 19h45, deve diminuir a quantidade de chuvas na região Sudeste e interromper as constantes elevações nos níveis de reservatórios registradas entre fevereiro e março, de acordo com previsão da meteorologia.
Os próximos três meses serão caracterizados por poucas precipitações, registros de temperaturas acima do normal em alguns estados e, a partir de maio, possibilidade de neve nas serras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul devido à chegada de massas polares.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, o período de transição entre o verão e o inverno deve registrar com mais frequência nevoeiros e geadas nas duas regiões já citadas. Em alguns locais as mínimas podem atingir até 10ºC.
Cantareira em xeque
Na área onde estão os reservatórios do Sistema Cantareira, em São Paulo, a média de chuva prevista para o trimestre não será suficiente para elevar os níveis e, a muito custo, o que cair do céu poderá manter o recente total acumulado – que até esta quinta-feira era de 15,8% da capacidade, segundo boletim divulgado pela Sabesp.
“[A quantidade de chuva] será pouca para aquela região. A previsão é de 180 mm, mas só em abril deve chover 100 mm. Temos que levar em conta que o ponto de partida [do armazenamento de água] desse ano é pior do que a gente tinha em 2014", disse Bianca Lobo, da empresa de meteorologia Climatempo.
"E os reservatórios só vão voltar a encher mesmo em outubro, quando retornarão as chuvas significativas”, complementa a meteorologista.
Ela tem razão. Em 20 de março do ano passado, o nível do volume armazenado era de 14,6% da capacidade total, mas ainda não usado o volume morto, incorporado ao abastecimento a partir de maio daquele ano.
A medição feita atualmente contabiliza a reserva técnica do Cantareira, que é a água situada abaixo das comportas das represas.
Sistema Paraíba do Sul
A previsão de pouca chuva vale também para o Rio de Janeiro e para as áreas onde estão localizados os reservatórios que alimentam o sistema de abastecimento fluminense, como o de Santa Branca e o de Paraibuna, ambos ligados à bacia do Rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba Paulista.
"Não estamos esperando um outono fora do normal. A característica da estação é de pouca chuva, massas de ar seco ou massas polares, sem precipitação. Como ainda estamos no meio da crise hídrica, não será possível passar pelo outono e inverno sem preocupações. Serão exigidos cuidados do governo e da população para que não falte água”, explica Bianca.
Norte e litoral do Nordeste terão chuvas
Segundo o Inpe, os maiores registros de precipitação do Outono, superiores a 700 mm, vão ocorrer no extremo norte das regiões Norte e Nordeste e no leste do Nordeste, desde o Recôncavo Baiano até o Rio Grande do Norte.
Uma boa notícia é que o Acre e Sul do Amazonas vão registrar menos tempestades, o que vai contribuir no trabalho de recuperação dos dois estados, que sofreram grandes danos devido à elevação dos rios da região.
O outono termina no dia 21 de junho às 13h38, no horário de Brasília.