A polícia vai criar um setor de fiscalização e um curso na Academia da Polícia Civil para controlar e formar vigias de rua de São Paulo. A ordem foi dada na terça-feira (8) pelo delegado-geral, Marcos Carneiro Lima, ao Dird (Departamento de Identificação e Registros Diversos da Polícia Civil.
- Vamos padronizar procedimentos para que os vigias saibam o que fazer em uma situação de risco.
Para a polícia, aumentar o controle dos vigias e treiná-los seria uma forma de obter informações sobre pessoas e veículos suspeitos. Esses dados podem ser fundamentais para o combate a roubos a residência, como o caso que envolveu na segunda-feira (7) o ex-secretário da Segurança Pública (2002 a 2006) e atual secretário dos Transportes e Logística, Saulo de Castro Abreu Filho.
Atualmente, a polícia tem 1.918 vigias noturnos de rua cadastrados na Grande São Paulo - 1.167 na capital. Para trabalhar como segurança de rua, o interessado deve reunir assinaturas de moradores da região, tirar atestado de antecedentes criminais e encaminhar tudo à delegacia do bairro. Esta envia os documentos ao Dird, que mantém o cadastro.
O problema é que ninguém fiscaliza os vigias, como afirmou o delegado Elson Alexandre Sayão, diretor do Dird.
- Estimamos que existam quase 2 mil clandestinos na cidade.
Além de fiscalizar, a exemplo do que acontece com seguranças armados - trabalho da Polícia Federal -, o plano é ensinar procedimentos básicos, como saber quem chamar em uma emergência, segundo Sayão.
- Queremos usar as informações que esses homens têm.
Os primeiros a serem treinados devem ser os guardas da zona oeste, que concentrou em 2010 o maior número de roubos a residência na cidade.