Uma novela da televisão, produção conjunta entre Egito e Síria, sobre a lendária rainha Cleópatra irritou o chefe das antiguidades egípcias, Zahi Hawass, e alguns críticos, que julgam a obra muito pouco fiel a realidade história. "A novela não condiz com a realidade histórica. Os eventos descritos não têm nada a ver com os fatos vividos por Cleópatra na cena política do Egito", afirmou Hawass à AFP. Esta primeira novela árabe sobre Cleópatra, difundida por causa do Ramadã, era muito aguardada. O papel de Cleópatra é interpretado pela síria Soulaf Fawakherji, famosa por ter personificado a diva Asmahane, rival de Oum Kalsoum. "A vida retratada pela novela não condiz com aquela vivida pelo Egito após sua cultura ter sido misturada à civilização grega", acrescentou Hawass, criticando as roupas e a decoração, que, segundo ele, não correspondem à época.
O produtor do programa, o egípcio Tarek Siam, tentou explicar que não havia procurado ser fiel à realidade histórica e que tentava apresentar um aspecto da personalidade de Cleópatra. As críticas só aumentaram. Um dos críticos de cinema egípcio mais conhecido, Tarek al-Chennawi, chegou até a classificar suas explicações como "ofensas à arte".
Cleópatra reinou no Egito há mais de 2 mil anos. Ela se aliou ao general romano Marco Antônio, com quem formou um dos pares mais conhecidos da História. Os dois amantes se suicidaram após a derrota de suas tropas contra o imperador Otávio, durante a batalha de Actium.