A ala paulista do PT quer casar nas próximas semanas a agenda dos candidatos Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante em São Paulo, região onde o partido registra tradicional desvantagem em relação ao principal partido adversário, o PSDB. A proposta do PT-SP é mobilizar a militância na rua para fazer campanha em dobradinha, além de encontros com setores segmentados, para reduzir a diferença nas intenções de voto favoráveis a José Serra, presidenciável tucano, e a distância entre o senador e Geraldo Alckmin (PSDB), na disputa estadual.
Até o momento, foram raras as aparições de Dilma em eventos junto com Mercadante em São Paulo. Em um deles, o senador teve que iniciar uma caminhada pelo centro da capital sem a ex-ministra, que se atrasou na ocasião e se encontrou com os aliados já no final do evento.
Houve também agendas restritas pelo interior, como o encontro com lideranças políticas em Jales. É pouco, diz Emidio de Souza, prefeito de Osasco (SP) e coordenador da campanha de Mercadante. Defendemos que ela esteja presente na capital, na grande São Paulo, em Campinas, na Baixada Santista e em São José dos Campos.
Segundo o coordenador, os eventos serão importantes para o crescimento da candidata no principal colégio eleitoral do País. A diferença dela para o Serra em São Paulo vem caindo. Achamos que tem espaço para ela crescer ainda mais. Cada ponto aqui corresponde a muitos votos.
Uma das dificuldades da campanha em São Paulo é conciliar a agenda da ex-ministra, que precisa gravar programas de TV e percorrer ainda outros Estados para cumprir agenda com candidatos aliados.
Emidio lembra, no entanto, que a situação é tranquila para Dilma e os candidatos aos governos estaduais aliados em lugares como Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará em São Paulo, o candidato petista está praticamente 30 pontos atrás do principal adversário na disputa.
A Dilma sabe que a eleição vai ser definida em São Paulo. Ela tem priorizado agendas no Estado, mas é claro que tem que percorrer outros Estados importantes, afirma Edinho Silva, presidente do PT em São Paulo.
Além de Mercadante, porém, Dilma é também assediada pela campanha de outro candidato no Estado: Paulo Skaf (PSB). A coordenação da campanha da ex-ministra aceita fazer a dobradinha e aproveitar a programação com Mercadante para agendar um segundo palanque.
Com a indicação do prefeito de Rio Claro, Palmínio Altimari Filho (PMDB), para coordenadar o conselho suprartidário de Dilma em São Paulo, o deputado Márcio França (PSB) acredita que as negociações para a presença da candidata serão mais rápidas e deverá acontecer já na próxima semana. O Mercadante não tira votos do Alckmin, quem tira é o Skaf, justificou França.
Ela se comprometeu até a gravar para o Skaf, completou. O marqueteiro do empresário Paulo Skaf é Duda Mendonça, que trabalhou na campanha do presidente Lula em 2002.
Lula em SP
Quem também é esperado pelos petistas no maior colégio eleitoral do País é o presidente Lula. Segundo Edinho Silva, um dos motivos para que Mercadante ainda não tenha decolado nas pesquisas é que o eleitor paulista ainda não vinculou o nome do senador aos de Lula e Dilma nem identificou o projeto do candidato.
A própria coordenação em São Paulo optou por agendar a visita do presidente ao Estado para um período próximo da campanha na TV. Por isso, Lula deve aparecer ao lado dos aliados paulistas apenas daqui a duas semanas.