A defesa de Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais, entrou na Justiça por uma reportagem veiculada na revista IstoÉ em 2006. Segundo Suzane, a matéria é falsa ao dizer que seu advogado, Denivaldo Barni, teria levado um bolo de aniversário na prisão para comemorar seu aniversário de 23 anos. Suzane diz que foi prejudicada pela reportagem e pede R$ 50 mil de indenização por danos morais.
O texto é assinado pelo jornalista Alan Rodrigues. O advogado nega que teria comemorado o aniversário de Suzane na cadeia e diz que não foi a penitenciária naquele dia, por ser final de semana, uma data não permitida para advogados.
Suzane alega que a reportagem a abalou e que por causa da matéria passou a ser perseguida pelas outras presas, que ficaram revoltadas com a notícia. "situação essa que causou mais temor a ela, além de se encontrar reclusa naquela unidade, posto que a narrativa declarava a ocorrência de privilégios", disse o advogado.
Para provar que a notícia é falsa, Barni juntou no processo um comunicado da Diretoria do presídio atestando que ele não esteve lá naquele dia. "Não podendo, portanto, ingressar em finais de semana nesta unidade penitenciária e conseqüentemente não compareceu tampouco ingressou nesta unidade no dia 4 de novembro de 2006, sábado", diz a Diretoria em comunicado.
O advogado critica a revista por criar o fato. "Ora, a revista não pode se servir de situações inverídicas para aumentar as vendas de seus produtos, enfim, locupletar-se as custas de fatos mentirosos", registrou. Na preliminar, o advogado pediu que fosse decretado segredo de Justiça no caso. O pedido não foi aceito.
Além de Suzane, Barni também entrou com ação para que também seja indenizado em R$ 50 mil, por prejuízo ao seu patrimônio e a sua honra. Em 2006, ano em que a reportagem foi publicada, o advogado distribuiu um pedido de explicações contra o jornalista Alan Rodrigues. O pedido foi indeferido por falta de recolhimento de custas. Não houve recurso. Agora, a 3ª Vara Cível irá analisar se cabe ou não indenização.
A Editora Três, que edita a IstoÉ , já foi notificada e tem 15 dias para contestar a acusação. O processo tramita na 2ª Vara Cível de São Paulo. A revista não quis se manifestar sobre o caso.