Uma época do povo de Deus, no tempo do Pr. Eli, a igreja estava mal. Por que sabemos disto? Uma das famílias estava em crise. Quando a família está desestruturada, a igreja também está. Se os muros em volta de uma casa estão em ruínas, a igreja está com os muros em ruínas. Restaurando a base da igreja - a família - restaura-se a igreja, refaz-se a segurança com muros novos.
A irmã Ana é um tipo de membro de família que vivia em uma circunstância pouco favorável. Durante muito tempo ela ficou magoada, triste, alcançada por qualquer seta que o inimigo lançasse sobre ela: inveja, ciúme, competição, descaso, tudo a atingia. Até que um dia, aquela irmã tirou os olhos das circunstâncias e olhou para o Senhor. O pastor Eli nem tinha noção do que acontecia. Mesmo assim, orou por ela e testemunhou depois do poder de Deus.
Quando olhamos para Ele, nossa posição dentro de casa muda. Somos capazes de perdoar aquele que nos ofendeu a vida toda. Somos capazes de ver a limitação do outro e não mais cobrar aquilo que ele não pode nos dar. Somos capazes de suportar a circunstância adversa, pois nossos olhos estão iluminados pela glória do Senhor. Todos lucram com a nossa benção.
Talvez estou batendo na tecla errada. Você é o tipo Penina. Aquela que provoca, que irrita, que compara, manipula. Não age com gratidão por tudo o que você tem recebido de Deus. E olha que Penina é super abençoada.
Ou você é Elcana? Este é um tipo de membro da família bonzinho, mas que não vê as coisas no ângulo espiritual. O marido que não assume diante de Deus as necessidades da casa. Não vê a guerra além das circunstancias físicas.
Ana é exemplo também de perseverança. Anos depois de sua oração respondida, ela tem o mesmo propósito: glorificar a Deus que tirou sua vergonha, sarou sua alma ferida, restaurou sua família. Às vezes choramos com Deus, na hora de crise e depois, nos esquecemos do que prometemos. Ana, mesmo não sem garantia de que teria outros filhos, cumpriu o que disse ao Senhor. Que tipo de crente nós somos? Que membros de famílias nós somos?
Findo o mês de maio que intitulamos mês da família, percebi que algumas pessoas correm deste tema. Deixam de ir ao templo quando o assunto é avisado com antecedência. Haverá confrontação. Haverá necessidade de mudança e crescimento, mas não acreditam mais que casamento, família é algo assim tão sublime. Da mesma maneira, alguns estão desistindo da igreja, do estar em comunhão com o outro. Tanto a igreja quanto a família tem um preço. E não é um preço baixo, mas saiba que o preço da restauração e da manutenção de sua família e de sua comunhão com a igreja já foi pago por Jesus lá na cruz. Parabéns a todas as Anas, homens ou mulheres que perseveram buscando o Senhor.
Cleydemir Santos é pastor, psicólogo e teólogo em Minas Gerais. Trabalha com uma abordagem sistêmica, psicodramática, no atendimento de adultos e crianças.