A saúde e o bem-estar dos adultos, que passam boa parte de sua vida no trabalho, melhoram quando estes podem trabalhar em horários flexíveis, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (6) na revista "Journal of Health and Social Behavior".
Liderado por Phyllis Moen, do Departamento de Sociologia da Universidade de Minnesota, o estudo analisou mais de 600 funcionários de uma empresa de serviços que adotou um esquema de horários flexíveis.
- Os adultos passam boa parte de seu tempo acordados seguindo ritmos institucionalizados em torno do início e do fim do dia e da semana de trabalho.
Estas regras e ritmos constituem "jaulas do tempo" tidas como estabelecidas e imutáveis, e são "andaimes invisíveis que confinam a experiência humana dentro e fora do emprego", informou o artigo na revista oficial da Associação Sociológica dos Estados Unidos.
- Nosso estudo mostrou que ao deixar de considerar como produtividade o tempo passado no escritório, enfatizando os resultados reais, cria-se um ambiente de trabalho que promove o comportamento saudável e o bem-estar. As iniciativas que abrem caminho aos horários flexíveis encorajam os empregados a se cuidarem mais.
Esta iniciativa de horário flexível estudada pela equipe de Moen começou em 2005 na sede da empresa Best Buy em Richfield, Minnesota, com o propósito de focar os empregados e gerentes mais nos resultados mensuráveis e menos em onde e em quanto tempo se completava a tarefa.
Dessa maneira, se permitiu que os empregados mudassem rotineiramente o lugar e o tempo de trabalho, segundo suas necessidades individuais e as responsabilidades de sua posição, sem a necessidade de permissão ou notificação de um supervisor.
Uma das conclusões principais do estudo é que o esquema de horário flexível permitiu que os empregados descansassem mais, quando a maioria deles disse que dormia uma média de 52 minutos a mais na noite anterior ao trabalho.
Os empregados se sentiram menos obrigados a trabalhar quando estavam doentes e foram mais propensos a consultar um médico quando era necessário, embora estivessem ocupados.
"A iniciativa de trabalho flexível aumentou nos empregados seu sentido de controle do horário e reduziu os conflitos entre trabalho e família, o qual por sua vez resultou em um descanso melhor, níveis mais altos de energia e um sentido de controle da vida pessoal que diminuiu o cansaço emocional e o estresse psicológico", avaliou o estudo.