O vício de fumar, além de provocar danos à saúde em geral, contribui para a instalação e agravamento da doença periodontal, caracterizando-se pela formação de bolsa periodontal, perda óssea, sangramento e mobilidade dos dentes. A evolução da doença, na grande maioria dos casos, pode levar à perda dos dentes.
Qual a relação entre o fumo e a doença periodontal?
Segundo o periodontista, ortodontista e ortopedista facial Cícero Lascala, com doutorado em diagnóstico bucal pela USP - Universidade de São Paulo, "os fatores físico-químicos inerentes ao fumo alteram a flora bacteriana, elevando o número e o desenvolvimento de bactérias tanto aeróbicas quanto anaeróbicas, ocasionando maior virulência da placa bacteriana e conseqüente progressão da doença periodontal".
"Além do cigarro, fumar charuto, cachimbo, maconha e crack também são fatores que predispõem para as periodontopatias", prossegue o Dr. Cícero.
O vício de fumar acarreta ainda um retardamento na reparação óssea pós-tratamento periodontal, assim como interfere no processo de osseointegração, podendo contra-indicar reabilitações extensas e até mesmo as reabilitações com implantes dentários.
Outros riscos do vício de fumar
Diversas evidências na literatura médico-odontológica mostram que o fumo, além da doença periodontal, é considerado como fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças, como o câncer bucal, lesões na mucosa, impotência ou inapetência sexual, retração gengival que leva à queda dos dentes e as cáries dentais.
Outras conseqüências danosas são a halitose, mais conhecida como mau hálito, e a pigmentação por manchas nos dentes.