Não há nada mais importante do que cuidar da saúde e, para isso, não há nada melhor do que a prevenção de doenças. O mais importante exame feminino é o ginecológico, que deve ser feito anualmente por todas as mulheres com vida sexual já iniciada.
"O exame preventivo é iniciado a partir do momento em que a mulher começa a ter relações sexuais porque, no caso específico do preventivo do câncer de colo do útero, o tumor está diretamente relacionado ao vírus HPV e a contaminação ocorre por via sexual. Outros fatores como inflamação, infecção e higiene contribuem para o aumento do risco, mas tudo isso está relacionado à vida sexual", explica o professor-assistente de ginecologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Paulo Gallo, também médico do Hospital Estadual Pedro Ernesto.
O câncer ginecológico é uma doença com incidência muito grande, por isso a orientação médica de que o exame seja realizado periodicamente. O Instituto Nacional do Câncer informa que, no mundo, o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres, seguido pelo câncer de colo do útero.
Entretanto, segundo Gallo, o câncer que mais mata as mulheres é o de colo do útero, seguido pelo de mama. "O mais importante é que as lesões, se diagnosticadas precocemente, têm cura. Se avaliações não forem feitas, só a lesão avançada será diagnosticada", ressalta.
Para se ter uma idéia da importância de se realizarem os exames, mesmo sem sintomas, o médico dá um exemplo: "Se a mulher não faz o exame regularmente, só vai perceber que está com câncer de colo do útero quando tiver uma secreção sanguinolenta com cheiro ruim e aí invade bexiga, intestino, fígado".
Os exames
Os exames preventivos variam de acordo com a faixa etária. Do início da vida sexual até os 30 ou 35 anos, o ginecologista realiza o exame conhecido como papanicolau, que é realizado a partir da análise de células colhidas no útero. "Depois da colheita dessa lâmina, a gente faz o exame de toque, para ver se tem algum aumento do útero, algum mioma, cisto no ovário ou tumoração", detalha.
O ginecologista também examina a mama, para ver se tem algum caroço; a vulva e vagina, para se certificar se não está alterada, pois também existe câncer de vagina e vulva; e o abdômen.
A partir dos 35 anos, começa a haver o maior risco de câncer de mama. Desta forma, o especialista indica a realização da mamografia. "Se a mulher tiver algum caso familiar (mãe, irmã, parente de primeiro grau com câncer de mama), o exame deve começar a ser feito a partir dos 30 anos. Depois, o procedimento deve ser feito de dois em dois anos, até a mulher completar 40 anos, passando a ser anual", esclarece.
Quando a mulher chega na menopausa, começa a necessidade de se analisar, além dos itens mencionados, o endométrio (membrana mucosa que reveste o útero internamente).
"A prevenção desse câncer é feita através de ultra-sonografia transvaginal, que deve ser feita anualmente. "Caso haja necessidade ou alguma suspeita, faz-se a histeroscopia ou a biópsia", revela.
Após a menopausa, a ultra-sonografia transvaginal também pode ser útil no diagnóstico precoce do câncer do ovário. "Nesse caso, não existe nenhum exame que previna ou impeça o câncer de ovário, porém a gente sabe que depois da menopausa vem o período de maior risco de câncer de ovário.
Dor
A dor ou o desconforto dos exames preventivos depende de cada pessoa. "Há mulheres que têm a mama muito sensível, enquanto outras não têm tanta sensibilidade. Então, há mulheres que reclamam muito e outras que não reclamam nada", informa o médico Paulo Gallo.
"O preventivo de papanicolau é praticamente indolor, mas, claro, há pacientes que afirmam que passar o espéculo incomoda muito. A ultratransvaginal é praticamente indolor, não dá desconforto nenhum", conclui o ginecologista.
Postado por: Claudia Moraes