Natação na infância: Atividade pode diminuir chances de afogamento

Natação na infância: Atividade pode diminuir chances de afogamento

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Aulas de natação para crianças de um a quatro anos podem diminuir as chances de afogamento, segundo um estudo divulgado recentemente no Archives of Pediatric & Adolescent Medicine.

Apesar de a conclusão parecer óbvia, os especialistas alertavam os pais sobre o perigo que poderia correr uma criança que fosse aprender a nadar, pois levaria ela a perder o medo natural da água ou tornar os responsáveis mais confiantes de que nada acontecerá com seu filho.

A Academia de Pediatria americana, por exemplo, recomenda aulas de natação para crianças acima de cinco anos, mas não tem uma posição sobre aulas para crianças menores, porque seu efeito não é suficientemente conhecido, observam os pesquisadores.

A pesquisa levantou as mortes por afogamento de pessoas entre um e 19 anos em seis estados norte-americanos durante dois anos. Os pesquisadores compararam a experiência de natação das vítimas com a de crianças de idade semelhante no mesmo condado.

Liderado pela doutora Ruth A. Brenner, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, o estudo descobriu que aulas de natação não aumentaram o risco de afogamento em crianças menores e, na verdade, pareceram diminuir esse risco. Mas os autores alertam que apenas aulas de natação "não vão prevenir o afogamento e que mesmo o mais hábil nadador pode se afogar".

No Brasil, acidentes domésticos também são preocupantes. Segundos dados do Ministério da Saúde, acidentes, ou lesões não-intencionais, representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. No total, cerca de 6 mil crianças até 14 anos morrem e 140 mil são hospitalizadas anualmente, por causa de acidentes.

O estudo, intitulado Acidentes com Crianças no Brasil e o comportamento das mães, aponta que afogamentos e sufocação, juntos, são responsáveis por 40% das mortes, mesmo índice de óbitos provocados pelos desastres no trânsito. Considerando apenas afogamento, o Ministério da Saúde apontou em sua última pesquisa que, em 2005, 1.496 crianças e adolescentes até 14 anos morreram afogadas.

A presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renata Waksman, ressalta que os principais fatores que provocam afogamentos em crianças de 1 a 3 anos em casa são em banheira, baldes e piscina. "Nesta faixa etária os acidentes são mais freqüentes e graves, daí a necessidade de supervisão contínua", explica.

Recomendações do Manual "Esporte como Instrumento de Promoção da Saúde":

Estimule a criança a aprender a andar a partir dos 2 anos. Os bebês podem fazer natação, mas o seu aproveitamento será melhor, resultando em aprendizado que previne afogamento, a partir desta idade; Mantenha atenção constante nas crianças; Nas praias, crianças perdidas devem ser levadas ao posto de guarda-vidas; Atenção: mais de 80% dos afogamentos ocorrem em valas; Nunca tentar salvar alguém em apuros se não tiver confiança em fazê-lo. Se precisar se afastar da piscina, leve sua criança com você; Isole a piscina: Tenha grades com altura de 1,50m e 12cm entre as verticais: Elas reduzem o afogamento em 50 a 70%; Bóia de braço não é sinal de segurança: elas não são consideradas equipamentos de segurança, ma, sim, brinquedos. Por isso, devem ter o selo do Inmetro. Seu uso deve ser sempre acompanhado por um adulto; Evite brinquedos próximos à piscina, isso atrai a criança; 84% dos afogamentos ocorrem por distração do adulto (na hora do almoço ou logo após); Ao nadar em rios, o ideal é levar pelo menos uma bóia.

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