Ao contrário do que se acredita, algumas marcas de queijo minas frescal têm excesso de gorduras e sódio, além de apresentarem no rótulo informações que nem sempre condizem com a realidade. As informações foram constatadas através de um teste feito pela PROTESTE, a maior associação de consumidores do Brasil.
Foram avaliadas as marcas Tirolez, Ipanema, Quatá, Fazenda, Puríssimo (uma das amostras com 40% menos sódio), Sol Brilhante (com 35%menos sódio), Balkis (sem sal) e Keijobon (uma das amostras sem sal).
Ao avaliar o conteúdo de sódio, a associação verificou que os produtos das marcas Quatá e Keijobon informam na rotulagem ter mais sódio do que realmente têm, com uma variação entre o descrito no rótulo e o medido em laboratório de 29 e 31%, respectivamente. Já a marca Puríssimo light, que indicava conter 40% menos sódio, na verdade possui 47% a mais de sódio em comparação ao prometido no rótulo.
Segundo o Código de Defesa do Consumidor, a informação adequada sobre os produtos e as especificações corretas são direitos básicos do comprador. De acordo com a legislação, a diferença entre os dados contidos no rótulo e a composição do produto oferecido não pode ser maior que 20%.
Quanto ao conteúdo de gorduras totais, a situação é ainda mais preocupante. Quase todas as amostras do teste (exceção da marca Keijobon) apresentaram ter mais gordura total do que a indicada na embalagem. As maiores divergências foram observadas nas marcas Keijobon sem sal (145%), Puríssimo (56%) e Sol Brilhante (53%).
A PROTESTE também verificou o teor de matéria gorda no extrato seco e o nível de umidade, dados importantes para o saber se o queijo que o consumidor está levando para casa é realmente do tipo minas. De acordo com a legislação do Ministério da Agricultura, o queijo minas é considerado um queijo semigordo e de alta umidade.
Com exceção do Puríssimo (reduzido de sal), todos os produtos apresentaram teores de matéria gorda no extrato seco acima do estipulado para os queijos chamados semigordos. Por outro lado, os produtos não apresentaram teor de umidade fora do limite da legislação.
A Associação também não detectou a presença de amido nas amostras ou de micro-organismos patogênicos (aqueles que fazem mal a saúde do consumidor).
Os resultados foram apresentados ao Ministério da Agricultura e à Anvisa, para que sejam tomadas as devidas medidas.