Vacina contra a febre amarela já está disponível na rede privada

Vacina contra a febre amarela já está disponível na rede privada

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Quem quiser se proteger contra a febre amarela agora poderá se imunizar também nas clínicas privadas de imunização, com a vacina internacionalmente conhecida como Stamaril, produzida pela Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo francês Sanofi-Aventis. Doença endêmica das Américas e da África, a febre amarela atinge 200 mil pessoas por ano, causando 30 mil mortes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vacina para pessoas residentes em áreas de risco e viajantes com destino a essas regiões. A febre amarela é causada por um vírus, do gênero flavivirus, transmitido por mosquitos. Uma pessoa não pode contagiar outra. Na cidade, o mosquito transmissor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Nas áreas rurais, a transmissão ocorre por outros mosquitos. Animais, como os macacos, são reservatório do vírus causador da doença.

De cada cem pessoas infectadas, apenas 15 apresentam os sintomas clássicos da doença. Metade de quem tem o quadro clássico morre, mesmo quando submetido a tratamento adequado. Nos primeiros dias, os sintomas da febre amarela se confundem com os da gripe: febre alta, mal-estar e dor de cabeça. Passados três dias, há uma pequena melhora. No quarto dia, o doente apresenta pele e olhos amarelados, sangramento, fezes cor de "borra de café" e diminuição da urina.

Na opinião do infectologista José Geraldo Ribeiro, professor de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, a melhor forma de prevenção nas áreas urbanas é o combate ao mosquito Aedes aegypti. Já na área rural, a vacina é melhor proteção. "A imunização das pessoas que vivem nas cidades vai impedir a proliferação da doença, onde existe o Aedes aegypti", pondera.

Em 1997, o Ministério da Saúde decidiu vacinar toda a população brasileira contra a febre amarela. Um ano depois suspendeu a medida por causa de relatos de eventos adversos graves, embora raros. Diante deste quadro, o Ministério da Saúde optou por vacinar a população das áreas de risco e viajantes.

A OMS considera "extremamente raros" os efeitos colaterais da vacina, principalmente, considerando-se o universo de 300 milhões de doses já aplicadas. Para a organização, a vacina é segura, tem alta eficácia e, no espaço de uma semana, confere imunidade a 95% da população vacinada durante 10 anos. Em sua página eletrônica, a OMS afirma que "o risco de vida provocado pela febre amarela é muito maior do que o da vacina. Por isso aqueles que ficarão expostos à doença deverão ser imunizados".  

Vacina

Todas as vacinas contra a febre amarela, inclusive a da Sanofi Pasteur, são feitas com vírus vivos atenuados (enfraquecidos) derivados da cepa D 17 - o mesmo subtipo usado na primeira vacina desenvolvida em 1937 pelo sul-africano Max Theiler, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Medicina de 1951.

A vacina internacionalmente conhecida como Stamaril é indicada para pessoas acima de nove meses de idade, residentes em áreas de risco ou que vão se deslocar para essas regiões. Os viajantes devem receber a vacina, no mínimo, dez dias antes da viagem. A vacina é contra-indicada para imunocomprometidos e pessoas alérgicas às proteínas do ovo de galinha. Gestantes e maiores de 60 anos devem consultar o médico antes de tomar a vacina. Deve-se adiar a vacinação se o indivíduo estiver com febre ou doença aguda.

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