Um dos maiores engodos religiosos de nossa época é o espiritismo kardecista. Os seguidores de Kardec, acreditam que vivem o autêntico cristianismo. Será?
O Kardecismo prega a mediunidade, a caridade como tábua de salvação, a reencarnação, etc. Esta é considerada necessária à evolução dos espíritos. Estes, através das dificuldades da vida e das boas obras, podem expiar suas culpas, reparar seu passado e acumular méritos até se tornarem perfeitos. Não tão perfeitos quanto Deus, mas terão a perfeição que a criatura comporta. Alcançar a salvação é, na linguagem espírita, atingir essa inevitável perfeição. Sim, inevitável perfeição, pois o Kardecismo prega que ninguém será condenado eternamente, considerando que, mais cedo ou mais tarde, todos os espíritos avançarão rumo à perfeição e a alcançarão indubitavelmente. O Kardecismo se considera genuinamente cristão, bem como a terceira revelação de Deus à Humanidade. Pregam os kardecistas que a primeira revelação de Deus é o Antigo Testamento; e a segunda, o Novo Testamento. E o Kardecismo, ocupa o lugar de destaque como última e derradeira revelação final.
Dizem os kardecistas que "religião não se discute!" - mas o próprio Allan Kardec reconheceu o direito de expressão que deve ser assegurado ao indivíduo, porquanto ele também criticava àqueles de quem ele discordava, como o Apóstolo Paulo, a igreja cristã, a ciência, etc; e já que Kardec se colocava no direito de criticar aquilo que discordava, gostaria de mostrar algumas incoerências do Kardecismo. Vejamos:
1. O Kardecismo prega a reencarnação e não o "nascer de novo".
O Kardecismo proclama que o fato de Jesus afirmar que "aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus", constitui prova de que Jesus era reencarnacionista e que a reencarnação é a âncora da salvação e, portanto, necessária (O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira, 74º edição, capítulo V, página 153). Alega Kardec que Jesus chamou de "nascer de novo", o que o Espiritismo chama de "reencarnação". Mas, à luz de Lc 23: 42-43, nascer de novo não é o mesmo que reencarnar, já que Jesus disse ao bandido que suplicou Sua graça, o que se segue: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso". Ora, indo o ladrão convertido, naquele mesmo dia, para o Paraíso, torna evidente que nascer de novo não é o mesmo que reencarnar. Nós, os evangélicos, cremos que o novo nascimento do qual Jesus falou, é a experiência do perdão ou salvação, que reabilita o indivíduo a ter sua vida voltada para Deus e que se dá mediante a conversão.
São muitos os textos bíblicos que negam a reencarnação, sendo Zc. 12:1, uma destas referências. Segundo este texto, o espírito do homem é formado dentro dele. Isto é mais que suficiente para provar que cada corpo tem seu próprio espírito e que este veio à existência, quando o corpo estava em formação, no ventre. Logo, nós não somos seres de outros mundos, que viemos para o planeta Terra num processo evolutivo (expiar imperfeições, reparar erros, angariar novos conhecimentos, etc.), como o ensina o kardecismo.
2. O Kardecismo nega a existência dos demônios:
"Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome" (O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira: primeira parte, capítulo I, 76ª edição, nº 131, página 100).
"... os demônios... são... as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais..." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira: 112ª edição, capítulo XII, nº 6, página 201. Grifo meu).
Dos escritos acima podemos ver nitidamente que o Kardecismo sustenta que o Diabo e os demônios não existem. O Diabo seria "a personificação do Mal"; e os demônios, "as almas dos homens perversos", ou seja, espíritos ainda maus, quer encarnados, quer desencarnados. Kardec acreditava, pois, que os demônios nada mais são que "esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo...". Isso significa que após negar a existência do Diabo e dos demônios, Kardec ironiza os que crêem na existência dos demônios, dizendo que são estes os verdadeiros demônios. Em outras palavras: O Diabo e demônios são aqueles que pregam que eles existem.
3. O Kardecismo afirma que Cristo silenciou sobre "consultar os mortos".
Allan Kardec alegou que o Cristo nunca disse: "Não consulteis os mortos". Na sua opinião, o Cristo que condenou o roubo, o adultério, o homicídio, a inveja, e assim por diante, não esqueceria de condenar a mediunidade, se os espíritos que se manifestam fossem realmente demônios. Segundo ele, o Cristo não esqueceria de combater tão grave pecado. Senão, vejamos:
"Não veio Jesus modificar a lei mosaica, fazendo da sua lei o código dos cristãos? Não disse ele: - "Vós sabeis o que foi dito aos antigos, tal e tal coisa, e eu vos digo tal outra coisa?" Entretanto Jesus não proscreveu, antes sancionou a lei do Sinai, da qual toda a sua doutrina moral é um desdobramento. Ora, Jesus nunca aludiu em parte alguma à proibição de evocar os mortos, quando este era um assunto bastante grave para ser omitido nas suas prédicas, mormente tendo ele tratado de outros assuntos secundários" (O Céu e o Inferno. Federação Espírita Brasileira: primeira parte, capítulo XI, nº 6, parágrafo 3). Se o fato de Cristo não haver dito: "Não consulteis os mortos", justificasse a "mediunidade", os kardecistas deveriam praticar a astrologia, pois Ele nunca disse: "Não consulteis os astros".
Quem lê a Bíblia sabe que Moisés tachou a mediunidade de abominação (isto é, nojeira). Disse ele: "Entre ti se não achará quem... consulte os mortos..., pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor... O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis" (Dt. 18: 10-12,15). Neste texto, Moisés não só proíbe a consulta aos mortos, mas também notifica que ao invés da prática mediúnica, os seus patrícios deviam se limitar a ouvir o profeta que estava por vir, isto é, Jesus (At.3:22-23; 7:37). Então Moisés (o instrumento que Deus usou para o estabelecimento do Antigo Testamento), além de predizer o nascimento de Jesus e, conseguintemente, o advento do Novo Testamento, deixa subentendido que a proibição à mediunidade não era um só um cerimonial, fadado a expirar na cruz, como os sacrifícios de animais e outros preceitos veterotestamentários; antes tratava-se de um mandamento moral que, por isto mesmo, seria também observado pelo povo de Deus do Novo Testamento. Mas, segundo Kardec, o porquê das proibições mosaicas à prática da mediunidade, reside no fato de que a consulta aos mortos não estava sendo efetuada com o devido respeito aos mortos; antes era objeto de charlatanismo. Ora, se fosse este o motivo, certamente Deus tão-somente "regulamentaria o assunto para evitar abusos".
Conclusão: O Kardecismo é contrário a Palavra de Deus. Poderia citar inúmeras contradições entre a Bíblia e o Espiritismo Kardecista, porém estas são suficientes para provar uma coisa apenas: "O GRANDE ERRO DO KARDECISMO É ACREDITAR EM UM DEUS QUE SEJA MUITO BOM E POUCO JUSTO". Geralmente pensa-se que a Bíblia ensina que Deus é tão bom que por maior que seja o pecado, se o pecador se arrepende e pede perdão, Deus o perdoa. Mas a verdade solene é que Deus é tão justo que, segundo a Bíblia, por menor que seja o pecado, e por mais que o pecador se arrependa e peça perdão desse "pecadinho", Deus não perdoa. O pecado é, na opinião de Deus, uma dívida que tem que ser paga inevitavelmente. A única maneira de Deus nos perdoar perfeitamente é segundo o sacrifício de seu filho Jesus Cristo, a expiação perfeita, o Cordeiro Santo e Sacrifício Único, dado de uma vez por todas e para sempre. Sem Cristo é impossível obter a salvação. Ela não é fruto de uma obra meritória pessoal, mas Graça proveniente de Deus para todo aquele que invocar o nome do Senhor. A SALVAÇÃO NÃO VEM PELAS OBRAS, MAS PELA ÚNICA OBRA DE CRISTO NA CRUZ!
A Ele toda a Glória.
Bruno dos Santos é Diretor do VidaSat Comunicações, Coordenador Geral da CIA (Coalizão das Igrejas Apostólicas) e pastor da Igreja Vida Nova em São Paulo. Escritor e Conferencista, é formado em Teologia com especializações em Novo Testamento e Liderança. Casado com Silvia Regina, é pai do Lucas, da Laís e da Ana Luiza.