Há momentos em que uma simples conversa pode revelar verdades profundas sobre quem somos e sobre o tipo de pessoas que escolhemos ter por perto.
Em uma sessão de terapia, uma paciente compartilhou comigo uma lembrança marcante: “Um dia, estávamos almoçando, e meu irmão disse: não conheci ninguém tão teimoso como o papai”. Essas palavras, embora parecessem apenas uma observação, tocaram fundo em seu coração. Não era fácil ouvir algo assim sobre o pai, especialmente após sua partida.
Mas o irmão não parou ali. Ele completou: “Mas ele era um homem bom. Tinha bom coração.” Essas palavras trouxeram um novo significado à memória, pois revelaram a essência de um homem generoso, de uma família marcada pela bondade.
Foi então que ela decidiu: “Quero ser generosa.” E a partir desse desejo, nasceu um propósito. A generosidade não era apenas uma qualidade admirável em seu pai, mas uma herança espiritual, um caminho para viver a justiça de Deus.
Quando ela se aproximou mais da família paterna e de pessoas que refletiam esses mesmos valores, algo mudou. “Encontrei o lugar para ser generosa”, disse.
Foi ali, cercada de pessoas que viviam a fé com simplicidade e amor, que ela percebeu que a generosidade é um terreno fértil onde a justiça de Deus se manifesta. Não se trata apenas de dar coisas materiais, mas de permitir que o amor de Deus se expresse através de nós por meio de gestos, palavras e atitudes.
A Bíblia ensina que “o fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranquilidade e confiança para sempre” (Isaías 32:17). Andar com quem nos ajuda a viver essa justiça é andar em direção à paz interior e à plenitude espiritual. São pessoas que não competem, não julgam e não cobram perfeição, mas nos encorajam a sermos melhores, a perdoar mais e a dar o que temos de mais precioso: o amor.
A generosidade, quando nasce de um coração trabalhado por Deus, se transforma em justiça viva. Como o apóstolo Paulo escreveu: “Distribui, dá aos pobres; a sua justiça permanece para sempre” (2 Coríntios 9:9).
Ser generoso é participar do próprio caráter divino: é fazer justiça com as mãos, com o tempo e com o coração.
Por isso, escolha andar com pessoas que despertam o que há de mais puro em você. Gente que te ajuda a ser generoso, a perdoar e a semear bondade.
Elas são instrumentos de Deus, árvores de sombra e abrigo que nos lembram que a verdadeira justiça não é um conceito distante, mas uma prática diária. A generosidade abre, de fato, uma árvore de justiça sobre nós – e nela, encontramos descanso, sentido e comunhão com o coração do Pai.
O Pai ama você!
Darci Lourenção (@pra_darci_lourencao) é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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