Você já pensou na importância de Deus ter criado homem e mulher? Já parou para refletir sobre a importância dos papéis que vivenciamos em nossas vidas? Penso que a importância dessa criação tão diferenciada se relaciona ao fato de Deus tê-la feito para o esplendor de Sua glória.
Deus nos criou para sermos seus embaixadores, suas testemunhas. Para podermos desenvolver uma carreira esplendorosa e, para isso, Ele nos habilitou com grande potencial. O Criador nos fez um pouco menor do que Ele. E nos deu o Seu bom Espírito para nos ensinar a termos, em nosso espírito humano, a capacidade de nos relacionar com Ele.
Somos seres relacionais, fomos feitos para isso, e nossos relacionamentos são verticais e horizontais.
Nosso mundo interno está em constante contato com o mundo externo, daí a importância de nos conhecermos como pessoas – desde o que gostamos, o que queremos, até a convicção de termos a clara consciência de quem somos para cumprir o propósito de nossa existência humana.
Homens, como o apóstolo Paulo, puderam e podem continuar a declarar: “Combati o bom combate, e guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). Expressão que revela excelente nível de autoconhecimento e de maturidade psicoemocional e espiritual.
Esse resultado é garantido por um processo existencial de posicionamento e escolhas diárias construídas diariamente: mas cada um veja como edifica a própria vida. (1 Coríntios 3:10).
Quando alguém compra uma propriedade, adquire a escritura desse bem. Essa documentação estabelece o perímetro geográfico no qual poderá fazer o que quiser, respeitando os limites dessa propriedade. Não é mesmo? Assim é a nossa relação pessoal com nosso corpo, com nosso RG, com nosso DNA. Nossos resultados são alcançados pelos limites que estabelecemos, e isso não ocorre de forma casual, mas sim por um mecanismo de nosso cérebro.
Os neurologistas Ralph Adolph e Daniel P. Kennedy, da Universidade de Caltech nos Estados Unidos, “descobriram que há uma estrutura em nosso cérebro que se encarrega de decidir onde estão os limites de nossos espaços pessoais. Trata-se da amígdala, essa pequena região associada a tantas funções, dentre elas o medo e nosso instinto de sobrevivência.”
Por ela entendemos que “é nosso cérebro quem mede os limites pessoais de cada um”. Funciona como um alarme pessoal que nos indica que algo ou alguém nos incomoda, que estamos sendo invadidos em nossa intimidade, que corremos riscos em relação a nossa integridade física e mental por essas invasões ameaçadoras. Talvez você não se sinta assim, mas o outro entende essa proximidade de forma diversa. Ressalto que os limites são diferentes para cada pessoa. Muitos sentimentos podem permear a mente das pessoas que se sentem com suas privacidades invadidas: medo, sufocamento, ansiedade, estresse, controle... e tantos outros.
O fato é que a única pessoa que pode administrar seu limite pessoal é você. Quem pode delimitar até onde o outro vai, só pode ser você. Agora, se você não sabe como proceder, precisa aprender gerir essas relações que podem ferir sua intimidade. Essas fontes são alimentadas de forma natural, continua de forma consciente e muitas vezes inconscientes, não percebemos os ruídos que estão sendo gerados e exercendo pressão e influência sobre nossos hábitos e comportamentos. Ou seja, colhemos resultados insatisfatórios, captados muitas e muitas vezes por sentimento de impotência e frustração.
Pensando na “quadrante humana”, que está vinculada às áreas: emocional, racional, social e espiritual. Separando o lado social teremos a família, o trabalho, que se estabelece por meio das relações interpessoais e das questões do ambiente, como por exemplo o barulhento, ou qualquer coisa que o torne opressor, exercendo essa “invasão”.
Sabemos que países, e até mesmo pessoas, investem milhões de dólares para enviarem foguetes à Lua e outros objetos ao espaço. Com certeza, eles se asseguraram de todo cuidado para garantir que eles chegassem até lá, e que pudessem permanecer para cumprir o propósito estabelecido, dentre os quais está a busca de conhecimento para, no futuro, criar as condições necessárias para que a vida humana possa ter mais esse destino, como possibilidade de existência.
Essa é uma boa analogia para entendermos o que Deus fez. Ele investiu em nós (o seu foguete). Deus deu ao homem toda condição de viver evidenciando sua capacidade de representá-lo na Terra, como obra de Suas mãos, criados à Sua imagem e semelhança.
O cérebro humano é o motor desse foguete. Precisamos observar seu funcionamento e economizar energia para o seu melhor desempenho. E, uma forma de economizar energia, é estabelecendo os limites pessoais. Não permitindo invasões. Delimitando o espaço físico e emocional restrito. Como? Evitando relacionamentos abusivos, eliminando influências externas em nossas escolhas, buscando autoconhecimento e sendo uma pessoa que se autovaloriza. Somos indivíduos, e isso significa que temos uma personalidade só nossa dada pelo Criador. E ela precisa ser respeitada. Que comece por nós.
O Pai ama você!
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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