Darci Lourenção

Darci Lourenção

Pastora e psicóloga, coach, especialista em Educação, autora dos livros Na intimidade há cura, Viva sem compulsão e A equação do amor. Foi gestora do Núcleo Assistencial Heliópolis, onde implantou diversos programas educativos.

Precisamos desenvolver um coração de criança

Entendi que desenvolver um coração de criança não significa retroceder na maturidade, mas avançar na essência. Jesus foi claro ao afirmar que o Reino de Deus pertence aos que se tornam como crianças.

Fonte: Guiame, Darci LourençãoAtualizado: sexta-feira, 26 de dezembro de 2025 às 14:51
(Imagem ilustrativa gerada por IA)
(Imagem ilustrativa gerada por IA)

Dias atrás, acordei às 4 da manhã com um pensamento vívido: precisamos desenvolver um coração de criança. Naquele silêncio da madrugada, comecei a refletir sobre esse insight e a buscar o verdadeiro sentido por trás dele.

Entendi que desenvolver um coração de criança não significa retroceder na maturidade, mas avançar na essência. Jesus foi claro ao afirmar que o Reino de Deus pertence aos que se tornam como crianças.

Essa afirmação não exalta a imaturidade, mas aponta para uma postura interior marcada pela simplicidade, pela confiança e pela abertura para aprender. Como dizemos frequentemente: ter um coração humilde e ensinável.

Crianças fazem perguntas, escutam com atenção e não se sentem ameaçadas por aprender algo novo. Com o tempo, muitos adultos perdem essa capacidade porque confundem experiência com verdade absoluta.

Um coração endurecido não aprende; um coração de criança, sim. Ele está disposto a ser corrigido, orientado e transformado, sem resistência orgulhosa.

Entendi também que, em um mundo que valoriza a autossuficiência e o cinismo, o coração de criança surge como uma espécie de chamado contracultural.

O coração de criança é aquele cuja fé genuína nasce justamente dessa disposição interior. A criança confia antes de questionar, se entrega antes de controlar e acredita antes de exigir provas.

Podemos até pensar e rotular isso como uma fé cega, mas, na verdade, é uma fé relacional. É a fé de quem sabe que não sabe tudo e, por isso, depende (risos).

Desenvolver esse tipo de fé é reconhecer nossos limites e permitir que Deus nos conduza, sem a necessidade constante de defesas emocionais ou espirituais.

Quando Jesus sugere que tenhamos um coração de criança, Ele fala de pureza. Mas isso não deve ser confundido com ingenuidade. Pureza é integridade de intenção, é olhar o mundo sem malícia, sem segundas intenções.

A criança pode até ser protegida da complexidade do mal, mas o adulto com coração puro escolhe não se contaminar por ele. Trata-se de discernir sem se tornar cínico, de conhecer a realidade sem perder a sensibilidade espiritual.

O coração infantil, no sentido bíblico, é aquele que ainda consegue se maravilhar, se alegrar com o simples e crer que a transformação é possível. Ele não nega a dor, mas não se define por ela.

Outra reflexão sobre ter o coração de criança é viver em plena confiança no Pai. Para a criança, o pai é referência de segurança, cuidado e direção; é o herói que protege, provê e inspira.

Da mesma forma, somos convidados a descansar em um Pai que não falha. E sobre isso, temos o melhor e maior de todos os exemplos: um Pai digno de ser amado, respeitado e obedecido, cuja fidelidade não depende das nossas circunstâncias.

Desenvolver um coração de criança é, portanto, caminhar com a confiança serena de quem sabe que é amado, cuidado e sustentado, certo de que o Pai jamais abandona seus filhos e sempre age para o bem daqueles que confiam nele.

Lembre-se: o Pai ama você!

 

Darci Lourenção (@pra_darci_lourencao) é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: O Natal como experiência espiritual e emocional

 

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