Faz chover, Senhor!

Faz chover, Senhor!

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:27

Em 2009 choveram louvores pedindo chuva ao Senhor. Um louvor um pouco mais antigo marcou uma fase maravilhosa em minha vida, ele dizia: Aguaçeiro e chuvarada é o que Deus vai derramar! Os mais tradicionais, avessos aos louvores e suas respectivas bandas, passam a vida cantando, entre tantos hinos tradicionais, aquele que pede: ''Chuvas de bênçãos! Chuvas de bênçãos dos céus!''. A imagem e a força das águas nos encantam, o volume e o barulho nos impressionam. O momento das chuvaradas no Brasil é trágico, mas também é ótimo para refletirmos sobre as chuvas.

As águas pedidas nas músicas cristãs são uma figura compreendida por todo aquele que espera em Cristo. Ao cantar a plenos pulmões, com riso e choro, o que estamos desejando é o derramar de um avivamento, genuíno, autêntico, vindo apenas de um lugar, do céu. Estamos cansados de avivamentos com assessoria de imprensa, data e hora programadas por homens e quase nada de mudança e transformação. Queremos chuvas do céu, não chuvas artificiais produzidas para cenas hollywoodianas, com luzes, fumaças, fotografias e... e... e o que mais? Ah, você escolhe, é tudo artificial mesmo, podemos decidir segundo a nossa vontade.

Olhe para as chuvas que estão caindo no Brasil. Olhe para as chuvas que estão caindo em São Paulo. Quando a Bíblia compara chuvas com avivamento, além da chuva mansa que rega a terra para boas colheitas, entendo que as chuvas que estamos presenciando têm muito mais a nos ensinar sobre o real avivamento.

As chuvas atuais são em volume acima do esperado. O genuíno avivamento também. É simplesmente impossível conter a força de um avivamento, limitando-o a um grupo conforme o nosso querer. O mover do Espírito sopra onde quer, inclusive nos lugares que não queremos. Simplesmente não temos como saber de onde vem e para onde vai, o que conseguimos perceber, é que a força de um avivamento é muito acima dos nossos cálculos e previsões.

As chuvas atuais expõem a falta de estrutura urbana. O genuíno avivamento também. A presença irresistível do Espírito expõe nossas inadequações. Os erros estruturais das denominações ficam inapelavelmente expostos. As explorações gananciosas de alguns ministérios ficam abaladas e humilhadas, pois na força do avivamento todos nós somos levados a perceber de novo, como na época do primeiro amor, o Único a quem devemos temer.

As chuvas atuais determinam a agenda. O verdadeiro avivamento também. Dia 21 de Janeiro de 2010, pela manhã, São Paulo ficou literalmente parada. Carros e ônibus, na Bandeirantes e na Anhanguera, tiveram que retornar aos seus locais de origem, nem entraram na cidade. As marginais Pinheiros e Tietê estavam alagadas, interditadas. Eu tinha neste dia uma inadiável(!) reunião no Sebrae em São Paulo, que foi, lógico, adiada. A ilusão de que controlamos nossa agenda vive sendo desfeita, ora por uma morte, ora por um diagnóstico de câncer, ora por um acidente de trânsito etc. No avivamento a mudança de agenda também acontece, mas não é pontual, mexendo apenas com alguns, todos os envolvidos no avivamento percebem que já não mandam em suas agendas, antes o Senhor é quem manda. A diretoria do Sebrae teve que entender, a família, o médico, os compromissos mais variados, tudo que era inadiável no dia 21 de janeiro recebeu, por causa das chuvas, um novo carimbo: totalmente adiável, a prioridade agora é outra.

As chuvas atuais despertam o senso de vigilância. O verdadeiro avivamento também. Nas atuais chuvas nada de sair de casa sem consultar sites do tempo, do trânsito, das estradas. Nada de se arriscar sem dar ao menos uma olhadinha para as nuvens do céu. Vigiai, imperativo bíblico que anda esquecido pela classe média evangélica que, com dinheiro no bolso, busca mais entretenimento e show do que quebrantamento e culto. O avivamento desperta o senso de vigília na esposa que deve aguardar o noivo com reserva suficiente de azeite. O avivamento mexe no intelecto e no coração, fazendo a proximidade de Cristo ser tão perceptível que torna-se impossível não vigiar.

Com tremor escrevo, com temor eu oro: Faz chover, Senhor! Envia no Teu tempo o avivamento tão sonhado por tua noiva. Nos confronta na força das tuas águas, reescrevendo nossa agenda, nossas prioridades, nossos hábitos. Como clamou o profeta na forma de cântico, também clamo e canto: Aviva, ó Senhor, a Tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica, na ira lembra-te da misericórdia. Com tua graça, defenda-nos. Com Teu poder, envolva-nos. Com Teu amor, aqueça-nos.

Paz!

Pr. Edmilson Mendes

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: ''Adolescência Virtual'', ''Por que esta geração não acorda?'', ''Caminhos'' e ''Aliança''.

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