Tomai, comei, isto é o meu corpo. Enigmático, misterioso e simples, assim Jesus instituiu e estabeleceu a cerimônia que iguala cristãos como membros do seu corpo no mundo inteiro. Os séculos passam, os milênios passam, e a ceia continua anunciando a morte do Senhor até que Ele venha.
Madrugada do dia 11.03.11, a 400 quilômetros de Tóquio, um tremor de 8,9 na escala Richter determinou o maior terremoto da história do Japão. As cenas capturadas pelas lentes foram horrendas e ao mesmo tempo espetaculares, ondas de até 10 metros de altura e com velocidade de 800 quilômetros por hora atacaram Sendai com mais violência, principalmente por ser ela a cidade mais próxima do epicentro. A força do terremoto foi tão grande que deslocou o eixo de rotação da terra em 10 centímetros.
Para se ter uma ideia do preparo japonês é só comparar com o terremoto do Haiti. O drama no Japão foi 900 vezes maior, porém no Haiti morreram mais de 300 mil pessoas, enquanto no Japão, até agora, pouco mais de mil. Tecnologia, treinamento e preparo fizeram a diferença. Um brasileiro, surpreso com a reação do povo, disse: Não vi um japonês em pânico. Todo mundo andava calmamente.
Uma palavra sintetiza o comportamento japonês: disciplina. Por outro lado, além de solidariedade e compaixão, penso que outra palavra deve ganhar destaque em nossa percepção: respeito. Disciplina e respeito são mensagens evidentes que a catástrofe japonesa também nos comunica.
A disciplina encontra explicação na consciência do povo, que vive sempre a espera de uma tragédia, uma vez que habita no Anel de Fogo do Pacífico, região com maior frequência de terremotos do planeta. Há três décadas o arquipélago vinha sendo disciplinadamente preparado pelas previsões dos sismólogos para aquele que seria o maior terremoto da nação. E o respeito fica por conta da dignidade de um povo que não foge a luta.
Os avisos claros para o fim deste estado decadente do nosso mundo são fartos na Bíblia, é bom respeitarmos. A disciplina proposta também está amplamente registrada: Vigiai. Sê fiel até a morte. Não ameis o mundo. Aquele que perseverar até o fim, será salvo. Crê no Senhor Jesus.
Agora, o dado assustador. No Japão poucos morreram e muitos foram salvos. Sobre o terremoto universal que determinará o fim de tudo, a Bíblia é clara, poucos serão escolhidos e muitos serão destruídos. Por que? Deus é ruim? Deus não é amor? Nem uma coisa, nem outra. Deus a todos quer salvar, porém falta disciplina, falta respeito, enfim, falta vontade para usufruir a salvação graciosa igualmente oferecida a todo ser humano.
O Japão acreditou nas previsões e com respeito disciplinou a sua vida. Moídos pela tragédia, mas unidos como nação. O corpo de Cristo foi repartido e se move por toda a terra. A ceia, sempre que celebrada nos relembra desta condição mística, somos o corpo de Cristo. O Japão nos relembra desta poderosa mensagem, é preciso se alimentar de pão espiritual já. É urgente a comunhão, é urgente sentir a dor do outro, mesmo que seja do outro lado do planeta.
Já, pão. O mundo não se dá conta, mas no seu enorme volume de pecado cada vez mais insaciável, só revela a sua fome. Já, pão da vida. Já, pão de esperança. Já, pão de afeto. Já, pão de perdão. Pão, já, o quanto antes, para todo ser humano, em todo o tempo e em todo lugar. Já, pão.
Paz!
pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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