“Quebra da fidelidade prometida”, esta é uma das definições que o dicionário nos dá. Das vinte cidades que mais traem, Teresina está em segundo lugar, perdendo apenas para Brasília. Numa pesquisa recente, os dados atuais apontam para um aumento de 177% no número de pedidos de divórcio. E tudo isso de março para cá, ou seja, em plena pandemia.
Os motivos relatados para se trair são os mais variados: Cansei da pessoa. Não suporto mais essa rotina. Quero experimentar outros ares. Não dá pra aguentar tanta pressão em casa. Acabou o amor. As responsabilidades com cônjuge e filhos estão além das minhas forças. Nasci pra ser feliz, não pra esse inferno. Preciso de liberdade.
Outro item recorrente passa pelo deslumbramento com as conquistas pessoais, quando um dos dois começa a conquistar posições no ambiente profissional, quando começa a conhecer e se relacionar com pessoas percebidas como mais interessantes, inteligentes, belas, atraentes, descoladas, bem humoradas, gentis, generosas, enfim, qualidades que o ambiente desgastado do lar já não acomoda mais.
O tema é assunto em roda de amigas, de amigos, em programas de entrevista, em matérias que abordam o assunto como um simples item para apimentar relações, como comportamento normal nos chamados relacionamentos abertos. O lado irônico, é que mesmo nesses relacionamentos abertos que envolvem várias pessoas, regras são estabelecidas, e quando quebradas, até esses liberais amargam e reclamam de traições.
Numa sociedade que idolatra a luxúria e assumiu o hedonismo como uma de suas marcas inconfundíveis, a traição só poderia encontrar campo fértil para se espalhar e crescer. O surpreendente e triste é que muitos frequentadores de igreja têm abraçado o discurso progressista de que tudo vale, que dá pra aceitar, afinal, a traição também é uma forma de amor, dizem.
Nessa confusão, existe algum conselho prático? Te indico abrir os olhos, ler com atenção e ouvir com o coração o que recomenda o apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Coríntios, capítulo dez e versículo cinco: “Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.”
Paulo sabia que nossas grandes batalhas não são externas, mas sim internas. Todo grande escândalo, pecado, queda, antes de se consumar publicamente, já foi uma batalha perdida nos porões da mente e do coração. Por isso o conselho, destrua seus argumentos e suas pretensões, seus orgulhos e achismos, pois eles se colocam contra o conhecimento revelado por Deus. Mas como? Levando todo pensamento cativo a Cristo. Diariamente. Não seja escravo dos seus pensamentos, mas torne-os escravos de Cristo.
Sozinhos, com nossas forças limitadas, simplesmente não vencemos. Com Cristo e em Cristo, seguindo as orientações dele, podemos virar o jogo. Redefina sua vida. Honre os votos que prometeu para aqueles que você ama, confiando inteiramente naquele que te amou primeiro.
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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