O que te manteria vivo por mais dois meses?

A princípio pode parecer uma pergunta sem sentido para uns, já para outros é a pergunta que mais incomoda.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 11 de abril de 2024 às 18:36
(Foto: Unsplash/Aleksandr Ledogorov)
(Foto: Unsplash/Aleksandr Ledogorov)

Perguntei “o que”, não “quem”. Afinal, o “quem” todos sabemos, Deus, o Autor da vida, Ele ordena a vida, sabe o começo, sabe o meio e sabe o fim, tudo está nas mãos dEle. Portanto, voltemos à pergunta, o quê te manteria vivo por mais dois meses?

A princípio pode parecer uma pergunta sem sentido para uns, já para outros é a pergunta que mais incomoda, que mais gera ansiedade, é a pergunta que procura de forma urgente uma resposta.

As doenças emocionais estão aí. Alguém do seu convívio está sofrendo. Ou talvez, complicando ainda mais a realidade fria e cruel, você mesmo esteja enfrentando quadros de depressão, estresse, pânico, síndromes.

Via de regra, a maioria dos que estão enfrentando tais quadros, fazem a opção pelo silêncio. São doenças graves e tristemente silenciosas. E são doenças silenciosas porque no geral boa parte da sociedade não leva a sério os que as sofrem.

Frases do tipo “larga mão, isso é frescura”, “toma um banho frio que passa”, “vai arrumar uma roça pra carpir”, enfim, frases que debocham, desqualificam e vulgarizam a dor do outro, empurrando suas vítimas pra regiões tenebrosas onde habita o mais assustador silêncio.

Pessoas assim querem saber o que fazer para sobreviver por pelo menos mais dois meses. Cada dia importa. Elas simplesmente não sabem se suportarão os abandonos e as rejeições de mais um dia. Suicídio vira uma opção real. Fuga, risco, escape, morte.

Percebe como quando nos colocamos no lugar do outro a pergunta título faz sentido? O que, afinal, manteria alguém vivo por mais dois meses? E acredite, mesmo os que perderam toda e qualquer motivação pela vida, mesmo estes, lá no fundo, o que querem mesmo é viver.

Não tenho nenhum tipo de fixação pelo número dois, não se trata de simpatia, azar ou sorte. Minha pergunta é na verdade emprestada de um autor extremamente inteligente e inspirador em sua época, Mark Twain: “Um bom elogio pode me manter vivo durante dois meses”!

Quando li me emocionei. Tão simples e tão necessário. Tão óbvio e tão raro. As pressas desta nossa sociedade louca por acumular e ter, ter, e ter, têm levado as pessoas a focarem no lucro independente do preço que se tenha de pagar.

Pensa bem, um elogio sincero, feito de coração, tem poderes que muitas terapias não alcançam. E todos nós precisamos, pois um verdadeiro elogio exerce a função de motivar, de encorajar, de valorizar. Enfim, estes combustíveis emocionais que fazem a alma humana se sentir leve, livre e cheia de significado.

Provérbios 18:21 confirma o poder das palavras sinceras de elogio: “A morte e a vida estão no poder da língua, o que bem a utiliza come do seu fruto.”! Ahh, se sinceramente nos elogiássemos mais uns aos outros, viveríamos mais, muuuuito mais, que dois meses!

 

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

 

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