11% dos estudantes entre 5 e 18 anos já fez sexting. 12% já namorou pelo menos uma vez na internet. 29% dos educadores brasileiros afirmam que não há recursos para combater o sexting. Estes são alguns dos resultados de uma pesquisa realizada pela ONG Safernet Brasil em todo país. O levantamento estatístico ouviu 2.159 jovens e 732 educadores. Na pesquisa, o que chamou a atenção foi a presença cada vez mais constante do sexting na rotina digital dos jovens.
Vamos entender a palavra. Sexting é uma palavra originária de duas outras: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). Sexting dá nome à prática de adolescentes e jovens que colocam seus celulares, câmeras fotográficas, contas de e-mail, salas de bate-papo, MSN e sites de relacionamento para enviar fotos sensuais do próprio corpo, além de mensagens de texto eróticas para namorado(a), pretendentes e/ou amigos(as).
Considerando os números do parágrafo inicial, é jovem demais divulgando corpos nus ou seminus. Tudo pelo prazer, ou pressão, de fazer aquilo que faz a maioria da turma. São jovens, praticamente não se preocupam com possíveis consequências. Fotos íntimas publicadas na rede mundial são uma afronta à privacidade. No entanto, esta geração se comporta demonstrando uma total falta de noção em relação aos perigos que corre.
O que fazer? Na matéria da pesquisa, o psicólogo Luiz Carlos Contro, dá uma opinião: ''O segredo é mostrar autoridade sem ter autoritarismo. Ou seja, não é para supervisionar a vida dos filhos, mas é necessário participar e acompanhar o que eles fazem enquanto os pais não estão por perto''. O conselho do psicólogo é bom, mas quantos pais conseguem agir assim, participando da vida dos filhos? A dificuldade reside na falta de comunhão entre pais e filhos.
Se você não desenvolveu o diálogo, a brincadeira e o companheirismo, fica complicado querer que seus conselhos sejam seguidos. Isso vale para pais, mas também vale para filhos. Afinal, de igual forma, filhos deveriam se esforçar para romper a barreira da frieza e do silêncio. Poxa, são centenas de amigos no orkut, são inúmeros convites da turma durante a semana, são programas e mais programas, e, de repente, o amigo ideal, o mais importante, aquele que poderíamos confiar mesmo, como um pai, uma mãe, um filho, uma filha, um irmão, uma irmã, enfim, com esse pessoal que dorme embaixo do mesmo teto acabamos por ser mais estranhos do que amigos. Uma pena.
Pode ser que arrependimento ainda não faça parte da sua vida. Ainda. Lá na frente, em alguma curva da sua história, o tão sonhado príncipe, ou a tão aguardada princesa finalmente surgirá. E aí você, justo você, que tinha certeza que nunca se deixaria levar pelas ridículas exigências dos apaixonados, se verá enroscado, fazendo as inseguras perguntas que fazem todos que foram laçados pelo sexo oposto: E se ela descobrir minhas fotos na internet? E se ele descobrir aquelas fotos pra lá de atrevidas que estão nos blogs dos meus amigos? E agora? Já nem sei em quantos blogs e sites estão minhas fotos, o que faço? Bem, estes são apenas alguns exemplos. E quanto a Cristo? E quando o encontro for com Ele?
Pode levar uns dez anos até você se encontrar com Cristo. Ou menos, ou mais, ou nunca. Porém, Ele, creia ou não, já te encontrou. Te vê, sonda e conhece. Por causa de comportamentos reprováveis vai disparar raios sobre você? Não, fique tranquilo(a). Ainda que nós mesmos não respeitemos nossa privacidade através de hábitos impensados, Ele, contudo, respeita. O que Jesus dispara em nossa direção, a cada segundo, é seu inexplicável amor carregado de perdão e transformação. Se existir, acabe com a exposição sexual digital na sua vida, e faça crescer a exposição sacrificial, coloque-se na presença de Cristo, abra sua palavra e usufrua os conteúdos hope, isso mesmo, hope. Retire a palavra sex e coloque em seu lugar a palavra hope, que significa esperança. Pronto, você estará praticando hopexting, ou seja, o envio e o recebimento de mensagens de esperança incentivadas pelo Espírito Santo, aquele que habita, edifica e respeita o nosso corpo.
Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
Contatos com o pastor Edmilson Mendes: