Esses dias ouvi de um adolescente que ele quer trabalhar uns dez anos e então parar, viver de renda e não se preocupar mais com todas as obrigações e deveres que envolvem o... trabalho! Segui ouvindo, ele estava absolutamente convicto do seu plano.
O plano é bom, mas... não existe uma atividade, um negócio, uma renda, um projeto, uma habilidade, enfim, existe uma ideia que muitos gostariam de realizar, porém suas falas se perdem na total falta de um plano para tornar realidade daqui dez anos... seu plano!
A verdade é que desde sempre a Bíblia está com a razão. II Coríntios 9:6 dá um dos conselhos mais eficazes e práticos para a vida: “Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará.”
Se queremos colher muito, temos que plantar muito. Simples, prático e direto. Sem rodeios é o que o texto diz, é o princípio pra vida. Semear e colher, semear e colher, semear e colher. São ciclos que nos envolvem ainda que não percebamos. São ciclos que estão muito além do agro. São ciclos para todas as áreas da vida.
Quero colher paz? Preciso semear paz. Quero colher perdão? Preciso semear perdão. Quero colher misericórdia? Preciso semear misericórdia. Tudo prático como plantar morangos e colher morangos, plantar maças e colher maças. Jamais plantar abacate e achar que vai colher jaca, não vai.
Sabendo do princípio vale a pena refletirmos na resposta para a pergunta “tá demorando a sua colheita?”. O adolescente do início deste texto é apenas um, porém tenho conversado com inúmeras pessoas cansadas, exaustas, desesperançadas e desestabilizadas pelo tempo que estão esperando uma colheita que nunca chega.
E a minha colheita, pastor? Já não aguento esperar. Todos a minha volta estão colhendo, menos eu. Parece que na minha plantação só cai praga, porque eu não consigo colher nada. São lamentos e afirmações assim que ouço, revelando muita desilusão e uma inevitável entrega dos pontos, aquele momento quando muitos simplesmente desistem.
Eu quero te motivar a não desistir de esperar. E, enquanto espera, quero te incentivar a continuar na prática da semeadura, ainda que demore, ainda que tenha muito tempo pela frente. E por que penso assim? Porque Deus é fiel. Porque aquilo que Ele promete, Ele cumpre.
Volte no texto de II Coríntios 9:6, quem semeia muito, colhe muito. Talvez você seja um destes semeadores que semeiam muito e nem se deu conta.
Acompanhe: Desde quando casou, é fiel. Voluntariamente e com total desprendimento tem socorrido muita gente. Toda vez que viu um aflito ajudou como pôde. Estudou, fez cursos, treinou, se especializou. Repassou conhecimento, ensinou. Perdoou quem te procurou. Abraçou quem necessitou. Enxugou lágrimas de desesperados. Recebeu, acolheu, cuidou. Se isso não é semeadura, não sei o que é.
Gestos de bondade são poderosos. Gestos de bondade sem interesse, sem cobrança, sem segundas intenções, são ainda mais poderosos. São sementes. Conheço muita gente assim. E em muitos casos já vi a hora da colheita chegar! E quando chega, sempre é muito acima do que imaginamos ou pensamos!
Continue semeando o bem, fazendo o certo, amando o próximo, sendo fiel a Deus e aos seus. Você pode achar que ninguém está vendo, por essas terras, talvez. Mas o Deus que manda a chuva e derrama as bênçãos sabe exatamente a quantidade de tempo e o volume da semeadura que você tem feito com o coração aberto, com a pureza daqueles que querem edificar e abençoar pessoas.
No tempo certo, dEle virá a colheita. Creia. Não desista. Não jogue fora tudo que já fez, afinal, quem semeia muito, um dia colherá muito. Esta é uma lição pra vida agora, hoje, e também pra vida futura. Tá demorando a sua colheita? Talvez seja porque ainda tem áreas que precisam ser mais semeadas. Continue confiando em Deus, Ele é amor, mas também é justo. A retribuição que é baseada no amor e na justiça dEle sempre nos surpreende com mais e melhor.
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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