Complicou tudo nos últimos dias. O micro-vestido de uma universitária e falhas na transmissão de energia causaram furor, prejuízos, perdas, escândalos. Na UNIBAN a cena era, até então, impensada. Uma aluna, por conta dos seus trajes, foi ofendida, insultada, intimidada. A cena é impensada por se tratar do local aonde aconteceu, o ambiente universitário, espaço que para muitos alunos e professores não cabe preconceito, mas sim tolerância e aceitação de práticas liberais pra lá de questionáveis. No Brasil, na noite de terça-feira, de repente, aconteceu um apagão em vários estados, incluindo as cidades de São Paulo e Rio. O resultado foi uma noite de trevas, só escuridão, nada de luz e muito prejuízo nas regiões atingidas.
Na UNIBAN, de quem é a culpa? Dos alunos agressores? Da aluna e seu figurino? Da direção da universidade? De quem? E no caso do apagão, de quem é a culpa? Da usina de Itaipu? Do sistema de transmissão brasileiro? Do ministério de Minas e Energia? De quem? Impotentes, ficamos com as informações que nos chegam e, a partir delas, tentamos formular nossas respostas.
Saber de quem é a culpa tem sua importância no sentido de corrigir erros e evitar novos problemas. Definir culpados e responsáveis, corrigir falhas, aplicar as penalidades cabíveis e melhorar os sistemas e as relações é problema do governo, da UNIBAN e das leis.
Parece simples, mas não é. Fatos como esses, repetidos a todo momento pela mídia, viram conversa no trabalho, na escola, no almoço, no passeio. São fatos que mexem com a nossa sensibilidade, nos interessam. Por isso mesmo é que a mídia repete tanto, por causa da audiência. Audiência essa que mostra nosso lado muito humano, pois eventos assim nos fazem parar, pensar e perguntar: De quem é a culpa? Por que tudo isso está acontecendo?
A aluna deveria se vestir com mais discrição, poderia ser uma entre tantas opiniões. Mas que direitos têm os alunos em agredí-la com palavras tão impublicáveis? E a direção que a expulsou e já voltou atrás na decisão, que tal? A UNIBAN só está agindo de acordo com o clamor das massas. Ao expulsar, atendeu a "massa" de alunos. Ao cancelar a expulsão, atendeu a "massa" da mídia e da opinião pública, numa demonstração prática de utilitarismo. Desta forma, com tanta instabilidade nas decisões, ficamos sem saber qual é, de fato, a opinião da UNIBAN. E o apagão? As opiniões se dividem, para uns a culpa é na transmissão, raios, sistemas. Para outros a culpa é da falta de investimentos do governo e sua respectiva política. Nessa hora, como não poderia deixar de ser, sobram oportunistas e abutres. A revista Playboy já divulgou seu intento de ter a aluna em sua publicação. A oposição do governo já colocou a culpa na Dilma. O governo já colocou a culpa na gestão FHC. Os saqueadores já aproveitaram o apagão para roubar com ainda mais tranqüilidade...
Chegamos no ponto. Vivemos numa sociedade que quer banir uma aluna da faculdade enquanto convive normalmente com sua nudez. Nudez que se revela no comércio de produtos piratas que não para de crescer, na multiplicação de adultérios que envolvem corpos, granas e ministérios, no jogo político viciado que adoece a fé no corpo de Cristo, entre outras mazelas. Aqueles alunos mostraram como funciona os valores de boa parte da nossa sociedade: a aluna não vale nada, deve ser expulsa, mas eu posso continuar colando, matando aula para rodadas e rodadas de cerveja, festas com exstasy e outras coisas mais. Enfim, o que faço no escuro e ninguém vê não tem nada a ver com meu desempenho na luz.
Mas tem a ver sim, e como tem! Na noite nós precisamos de luz, muita luz. E este foi o caos da noite de terça, faltou luz e sobraram trevas. Somente uma madrugada, algumas horas e pronto, foi o suficiente para contabilizar milhões de reais de prejuízos. Toda vez que a nossa conexão com Cristo é interrompida o sistema de transmissão falha, ficamos às escuras. Uma vida sem luz é uma vida de trevas, nada se enxerga e todo tipo de tragédia pode acontecer. Lucas 10.18 deixa claro qual o raio que visa interromper nossa conexão espiritual: "E Jesus disse-lhes: Eu via Satanás, como um raio cair do céu". Sempre que saímos debaixo das asas do Altíssimo, ficamos expostos aos riscos de tal raio, pois ficamos sem proteção.
Mas Lucas 10 continua. No versículo 19 Jesus afirma: "Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum." Estas palavras são fantásticas! Jesus nos dá poder para vencermos numa sociedade carregada de culpa, onde serpentes e escorpiões se apresentam todo dia em forma de orgulho, arrogância, sedução, tentação, inveja, cobiça, luxúria, ódio, raiva, pornografia, pedofilia, estelionato, falsificação, enfim, todo dia, o raio denunciado por Jesus, satanás, envia seus piores agentes para nos confundir nas trevas, mas Jesus nos dá poder para vencermos toda, atenção, toda força do inimigo.
Clamemos pelo perdão dos nossos pecados. Oremos por todos, os domésticos da fé, os estranhos, os distantes, as autoridades, os governos. Em Cristo, corações culpados, contritos e arrependidos são perdoados. E o perdão dEle, no fim de cada situação e questionamento, é o que de fato interessa. É como diz aquela velha frase: "O último a sair apague a luz." Ou seja, enquanto houver um ser humano se necessitará luz. Jesus é esta luz, que se sacrificaria mesmo que fosse por apenas um ser humano. Como sabemos, o número dos salvos já ultrapassou em muito a casa dos milhões, revelando o poder de uma Luz que ilumina a tantos quantos se aproximam e que, na verdade, jamais se apagará.
Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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