Tomé ficou para sempre rotulado como o cara que precisou ver para crer. Pregadores geralmente gostam de criticar o apóstolo. É fácil do conforto e da distância de fatos que já aconteceram, censurar as atitudes de Tomé. Vou então falar por mim, tenho muito mais de Tomé do que dos demais apóstolos. E pelo que tenho observado em minhas andanças e relacionamentos, tem muita gente que vive as mesmas angústias que eu e Tomé: precisam ver!
Queremos ver. Fotos não bastam. Queremos ver ao vivo, testemunhar, contemplar, estar ali. Pense nas muitas fotos que já viu dos mais variados pontos turísticos deste mundo, você as vê e suspira pelo dia que finalmente poderá ir e conferir pessoalmente as belezas que lente fotográfica alguma é capaz de capturar, apenas e tão somente a lente dos olhos consegue.
Não nego com isso a superior importância da fé que crê sem ver, esse dom tão necessário para o crescimento e maturidade na vida cristã. O que aprendo com a humildade e franqueza de Tomé é que sim, precisamos ver, queremos ver, temos a capacidade dada por Deus para podermos ver e admirar as visões que ele nos permitir. Porque algumas visões simplesmente não teremos, serão negadas a nós pela soberania dEle. Tudo bem, porque conforta saber que Ele não se ofende por nosso desejo de ver e, como um Pai, sabe equilibrar cada fase do nosso crescimento e aquilo que temos capacidade e estrutura para ver.
Exatamente isso aconteceu com os visitantes do Oriente que seguiram uma estrela até Belém para verem e adorarem o menino Deus. Essencialmente foi uma jornada de fé. Quando já estavam na região, Herodes exigiu uma audiência com eles, foram, ouviram e partiram. Continuaram a andar única e exclusivamente pela fé. Por um tempo já não mais havia nenhuma estrela para os guiar, porém “Depois deste encontro (com Herodes) os sábios puseram-se a caminhar outra vez. Então a estrela apareceu-lhes novamente, sobre Belém. E vendo a estrela, a ALEGRIA deles foi ENORME!” Mateus 2:9-10, BV.
Gosto da expressão “a alegria deles foi enorme!”, pois revela uma alegria apenas e tão somente porque viram uma estrela no céu. Era um sinal, uma certeza, um farol, uma confirmação de que estavam no caminho certo, por isso tamanha alegria. Ainda não era o Cristo, o Emanuel, mas era a visão que tornava sua caminhada uma caminhada segura e confiante. Talvez seja isso que cada um de nós gostaria, uma visão, uma pequena estrela dada por Deus que assegurasse a nós que estamos no caminho certo, pois errar é tudo que não queremos e, por vezes, é tudo que conseguimos.
A particular jornada de cada um também terá seus tipos de Herodes, deserto, noites de frio, pressão e, ufa, estrela! Continuar com fé poderá nos possibilitar a mais sublime das visões: contemplar o menino Jesus. O menino que nasce todo dia nos lares mais improváveis, nos corações mais endurecidos, nas vidas mais impensáveis. Em meio as pressões do seu particular Herodes e das noites da alma que enfrenta, experimente olhar para cima, assim como Ele teve misericórdia dos sábios e fez brilhar uma estrela, poderá também fazer você ver a Sua luz, nessa hora se alegre intensamente, a beleza e o sentido do natal estarão mais próximos do que você possa imaginar.
Paz!
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