Um homem beija outro homem na boca, em programa de maior audiência da Rede Globo de Televisão BBB 10, provocando reprovação e um esboço de campanha para que os lares dos cerca de 40 milhões de evangélicos no Brasil boicotem a audiência ao citado "reallity". Em e-mail divulgado na Internet, há referência à reação de diretor da Globo a essa possibilidade de boicote, afirmando que "não teme polêmica, nem a comunidade evangélica, pois ela é desunida e omissa".
Qual a novidade? Nenhuma. Lembro-me do dia em que falei à LIBER sobre as conclusões da LIDERship Network, sobre como os de fora da igreja nos vêm: "omissos e escorregadios".
Duas semanas atrás, ouço no rádio do carro: "devassidão", no horário nobre da TV. Era o jornal da Jovem Pan colocando no ar um editorial contra as novelas do "horário nobre" da televisão brasileira. Solicitei àquela emissora uma cópia do texto, onde se lê: "Há desvios escabrosos no mundo moderno", sob o pretexto de liberdade de expressão. Enquanto na Venezuela se lacram canais de TV, aqui a disputa de audiência coloca no ar uma libertinagem que agride a família brasileira".
Segundo informou a coluna "Outro Canal", da Folha de São Paulo, o texto da rádio não cita nomes dos programas, mas dá exemplos para argumentar que a "devassidão está escancarada".
"A fidelidade morreu. Em cena de café da manhã, a filha sai do quarto com o namorado e se assenta à mesa, na mais absoluta naturalidade. Ali, na outra cena, amigas planejam outro lance de traição e torpeza", cita um dos trechos do editorial.
A novela "Viver a Vida" mostra a infidelidade de Gustavo (Marcelo Airodi) e da esposa Betina (Letícia Spiler). A trama também exibe cenas em que o casal de namorados Miguel (Mateus Solano) e Renata (Bárbara Paz) tomam o café da manhã com a família, após dormirem juntos.
Para a Central Globo de Comunicação (CGC), a novela "é uma obra de ficção que não tem compromisso com a verdade". Segundo a emissora, ao "recriar livremente situações, problemas e dilemas, de nosso dia a dia, a teledramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para histórias que, na verdade, discutem os sentimentos humanos (...) Essa é sua função social: entreter, permitindo que nos identifiquemos com tramas, personagens, etc... estimulando assim a reflexão sobre nossos valores, crenças, atitudes e comportamentos".
A Globo ainda diz ter a "convicção de que a abordagem de temas de interesse social nas novelas contribui com a mobilização da sociedade", servindo como pauta de discussão e temas à imprensa. São mesmo essas as intenções pelas quais a mídia televisiva desenvolve os temas de suas novelas? Esses temas são mesmo de interesse social, ou a mídia televisiva acaba ditando os hábitos e costumes que deseja que o povo cultive, formando, assim, as opiniões, através de um poder altamente manipulador, de acordo com o que ela julga ser verdade e da forma como deseja que os telespectadores pensem o que seja bom e honesto? O que a mídia televisiva pensa ser de bom costume é de fato uma coisa boa? Ora, não é verdade que isso, que é por ela transmitido como uma coisa boa, tem destruído muitos casamentos e não poucas famílias? No editorial do próximo domingo responderemos essas questões.
Fontes citadas: Jornal da Rádio Jovem Pan (27/01/2010); e Jornal a Folha de São Paulo (02/02/2010). Eli Fernandes de Oliveira é pastor titular da Igreja Batista da Liberdade (SP) desde 1984. É Bacharel em Teologia pelo STBNB; Psicanalista Clínico pela SPOB; Mestre em Teologia e Mestre em Ministério pela Faculdade Teológica da Fé Reformada, São Paulo, e Doutor em Teologia Th.D (cum claude) pela Universidade Cohen, Los Angeles, CA.
Já foi condecorado com Medalha Anchieta, da Câmara Municipal de São Paulo; Prêmio de Personalidade do Ano, pela Academia Paulista Cristã de Letras; Comenda Paul Harris, do Rotary Club e Membro Honorário da Força Aérea Brasileira.