Pode o cristão celebrar o Natal?

Embora Jesus não tenha nascido em 25 de dezembro, ou em 6 de janeiro, há toda uma história, tradição e muitas culturas envolvidas nessa celebração.

Fonte: Guiame, Fernando MoreiraAtualizado: quarta-feira, 20 de dezembro de 2023 às 16:06
(Foto: Unsplash/Mourad Saadi)
(Foto: Unsplash/Mourad Saadi)

O texto aborda a controvérsia em torno da celebração do Natal, destacando suas origens históricas e associações pagãs. A celebração do Natal gera discussões calorosas, teológicas e até culturais, sobre suas raízes e associações pagãs. Embora Jesus não tenha nascido em 25 de dezembro, ou em 6 de janeiro, há toda uma história, tradição e muitas culturas envolvidas nessa celebração.

- Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro.

- Jesus não nasceu no dia 6 de janeiro.

- Esse período do ano era celebrado em várias culturas o sol invicto.

Nesse período do ano as seitas romanas, germânicas, celtas, entre outros, adoravam Saturno, o Sol e a natureza.

Utilizavam as árvores para debaixo de seus galhos, fazerem altares, oferendas, sexo hedonista, profanações e paganismo.

Sim, entendemos que muitas religiões, heresias e seitas usam esse período do ano para os seus rituais pagãos, entretanto, nenhum cristão, nascido de novo, que luta contra a apostasia, ao celebrar o Natal, pensa em saturno, ou o sol invicto, ou mitra, ou em fazer oferendas ou sexo hedonista debaixo das árvores de Natal.

A Bíblia não cita a data do nascimento de Jesus, por isso qualquer tentativa de encontrar uma data é mera especulação.

Por que essa data foi escolhida para o nascimento de Jesus?

Entre os especialistas e estudiosos, não há consenso sobre os idealizadores dessa data, nem tampouco, sobre os reais motivos para terem transformado uma data tão improvável como data especulativa do nascimento de Jesus. Aliás para quem não está a par, hoje é celebrado duas datas especulativas para o nascimento de Jesus. Igrejas Ocidentais adotam o 25 de dezembro (devido à tradição Católica Romana), e a tradição grego Ortodoxa usa o 6 de janeiro para celebrar o Natal. Ambas as datas são improváveis.

Alguns acreditam que essas datas foram escolhidas para tentar “cristianizar” festas pagãs desse período. A escolha do dia 25 de dezembro para o Natal pode ter sido estratégica, pois coincidia com esses festivais pagãos, facilitando a transição e a aceitação da nova celebração cristã. Sim, antes da cristianização do Natal, nalgumas culturas celebravam festivais relacionados ao solstício de inverno.

O sol era frequentemente associado a divindades em várias tradições pagãs. O festival romano saturnália, por exemplo, homenageava saturno, o deus da agricultura, e incluía celebrações durante o solstício de inverno. Da mesma forma, o festival germânico yule estava associado à celebração do solstício e envolvia rituais para invocar a luz e a fertilidade durante os meses mais escuros do ano.

A transição para celebrar o nascimento de Jesus no Natal coincidiu com essas festividades pagãs. A tradição de decorar árvores durante o período de inverno tem raízes em várias culturas antigas, incluindo romanos, egípcios e germânicos.

A prática moderna de árvores de Natal decoradas como parte das celebrações natalinas tem influências principalmente do século 16 na Alemanha, onde árvores eram enfeitadas com maçãs, doces e outros ornamentos. Essa tradição eventualmente se espalhou para outras partes do mundo.

A associação entre árvores de Natal e simbolismo pagão está relacionada ao fato de que, em algumas culturas pagãs antigas, árvores desempenhavam papéis significativos em rituais e festivais. No entanto, é importante notar que a adoção da árvore de Natal como símbolo natalino não implica necessariamente numa continuidade de práticas pagãs.

Durante saturnália, as festividades incluíam banquetes, trocas de presentes, jogos e uma inversão temporária das normas sociais, onde os escravos podiam temporariamente se igualar aos seus senhores. As casas eram decoradas com folhas verdes, e as pessoas acendiam velas para simbolizar a luz vencendo as trevas. Entretanto não tinha um objetivo social, mas pagão, adorar a saturno ou ao sol com inúmeros rituais: sacrifícios humanos, sexo grupal, bebedice etc.

Pode o cristão celebrar o Natal?

Depende da consciência, maturidade e liberdade de cada um. O apóstolo Paulo disse em Romanos 14:1-12: Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu.

Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.

Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem-definida em sua própria mente.

Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.

Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.

Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.  Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.

Paulo ainda diz: Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém... (I Coríntios 6:12). Aquele que está em pé, cuide para que não caia (I Coríntios 10:12).

É sabido que nenhum cristão, que monta uma árvore de Natal, ou celebra o Natal está pensando em saturno, o no sol invicto, ou em qualquer prática pagã. Não use desse momento para discussões ou debates desnecessários. Que seja um tempo de união, reatar laços familiares e de amizade. Use esse período para agradecer a Deus, estar junto, e auxiliar os que estão desempregados, apertados e aflitos com auxílios do coração, para suprir carentes.

Que o Natal seja mais um momento para lembra-se de Jesus, arrepender-se dos pecados, perdoar e ser perdoado, enfim ser cristão, cheios do Espírito Santo e amor.

Que Deus abençoe sua vida, família e conhecidos. Feliz Natal! Que Jesus nasça no coração de cada pessoa, trazendo paz, alegria e esperança.

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia, com mestrado em Ciência da Computação e doutorado em Teologia. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Executivo numa multinacional de tecnologia, mentor de carreiras executivas, membro de conselhos administrativos, palestrante, conferencista e autor de 8 livros.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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