“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
O texto em destaque é considerado a miniatura da Bíblia. Encerra a essência do evangelho. Cada palavra tem uma tonelada de graça. Expressa o grande amor de Deus ao mundo. Quatro verdades devem ser aqui destacadas:
Em primeiro lugar, o maior doador. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira...”. Deus é o maior doador. Ele é o único Deus vivo e verdadeiro. Ele é autoexistente, infinito, imenso, eterno, imutável, onisciente, onipresente, onipotente, transcendente, soberano. Os povos têm seus deuses, forjados pela imaginação humana e cinzelados pelos artífices. Porém, esses deuses, por mais antigos ou populares, não passam de ídolos. Há um só Deus verdadeiro. Ele é Espírito. Ele é luz. Ele é amor. Não há maior privilégio do que ser amado por Deus. Não há maior dádiva do que ser o alvo desse amor incomensurável e inefável. As palavras humanas não podem descrever toda a profundidade desse amor. A poesia é pobre demais para enaltecer os atributos desse amor. Como expressa o poeta: “Ainda que todos os mares fossem tinta; ainda que todas as nuvens fossem papel; ainda que todas as árvores fossem caneta; e, ainda que todos os homens fossem escritores, nem mesmo assim, se poderia descrever o grande amor de Deus.
Em segundo lugar, a maior dádiva. “... que deu o seu Filho unigênito...”. Deus deu o seu melhor, Deus deu tudo, Deus deu a si mesmo, Deus seu o seu Filho unigênito. Deu-o não para vir ao mundo e ser aplaudido pelos homens; deu-o não para ser alvo dos efusivos encômios da humanidade. Deu-o não para vir ao mundo e pisar os tapetes aveludados do luxo. Deu-o não para receber os favores da terra. Ao contrário, deu-o como oferta pelo nosso pecado. Deu-o para ser o nosso representante, substituto e fiador. Deu-o para morrer pelos nossos pecados. Jesus, o Filho unigênito de Deus, desceu da glória, esvaziou-se a si mesmo, assumiu a forma de servo, humilhou-se até à morte e morte de cruz. Sendo ele, santo, santo, santo foi feito pecado por nós. Sendo ele bendito eternamente, se fez maldição para tornar-nos benditos. Sendo ele imaculado, carregou sobre o seu corpo, no madeiro, os nossos pecados. Sendo ele o autor da vida, morreu na cruz para nos salvar. Oh, sublime amor! Oh, dádiva bendita!
Em terceiro lugar, o maior necessitado. “... porque Deus amou ao mundo...”. O amor de Deus por nós é abundante, imerecido e comprovado. O que é admirável não é que Deus amou ao mundo, por ser ele tão grande, mas por ser tão pecador. A causa do amor de Deus por nós não está em nós, mas nele mesmo. Ele nos amou quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Ele nos deu vida e nos fez assentar com Cristo nas regiões celestes quando éramos escravos da carne, do mundo e do diabo. Ele prova seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo Jesus morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Se Deus não nos tivesse amado, estaríamos arruinados. Se ele não nos tivesse dado seu Filho, estaríamos perdidos.
Em quarto lugar, o maior propósito. “... para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”. O propósito de Deus em amar-nos é nossa salvação. O propósito é claro. Há pela frente duas possibilidades: perdição eterna ou vida eterna. Aquele que crê em Jesus tem a vida eterna, já passou da morte para vida. Aquele, porém, que se mantém rebelde contra Jesus não verá a vida e não terá como escapar da ira vindoura. O céu é um estado e um lugar de bem-aventurança eterna para todos aqueles que creem no Senhor Jesus. O inferno é um estado e um lugar de tormento eterno preparado para o diabo e seus anjos. Se agora mesmo você crer em Jesus, você não perece, mas tem a vida eterna!
Hernandes Dias Lopes é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.
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