"Quando entre ti houver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; Antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade" ( Deuteronômio 15:7,8).
Como eu descobri sobre a benção da Tzedaká:
No ano de 2011 quando o estado do Rio grande do Sul enfrentava a maior seca dos últimos 60 anos, os rios secaram completamente e algumas cidades ficaram oito meses sem chuva. Então eu comecei a buscar a Deus para saber a causa de tão grande calamidade.
Todo final de ano eu e minha esposa, a Pastora Mara, realizamos uma festa para a população carente da cidade. Esse é um costume que temos desde o início de nossa caminhada com Deus. Nesse ano eu estava saindo acompanhar minha esposa em mais uma Fedra aos carentes.
Pouco antes de sair, dormi alguns minutos, afim de descansar pois havia chegado de uma longa viagem. Naquele curto intervalo de tempo tive um sonho onde eu avistava 12 crianças, sentadas em um tronco de árvores. Lembro nitidamente que seus pés descalços estavam muito sujos e eu os lavava, um por um. Ainda no sonho, o céu começou a mudar e logo a chuva vinha sobre a cidade.
Naquele dia visitamos várias favelas mas não encontrei as crianças que vi no sonho. Quando terminamos a festinha e a entrega dos donativos, passamos por um acampamento de índios da tribo Caingangues, e paramos ali para conversar com eles, oferecer doces e salgados. Depois de alguns minutos de conversa descobrimos que aquela tribo estava injustiçada e há mais de 40 anos perambulava na terra, sem honra, sem destino.
Deus começou a falar comigo e mostrou que toda a injustiça social que acontecia no Sul do país, tanto com os índios, quanto com os pobres, abandonados e carentes estavam atraindo seca e escassez. Mas quando a Igreja se levanta para restituir essa honra, a bênção do Eterno é derramada na Terra. Praticar a Tsedaka, ou seja a justiça, a igualdade, é um ato Profético. Assim que comecei a lavar os pés das crianças sentimos a presença de Deus e as chuvas vieram e começamos a descobrir e praticar cada vez mais essa lei divina.
Origem da Tzedaká.
Em Deuteronômio 15:7,8 vemos um pedaço do trecho da lei, de onde sai a ordem das ofertas de Tzedaká, que é traduzida de maneira errônea como doação de caridade. Porém, quando olhamos para a raiz dessa palavra, advinda da palavra hebraica Tzedek (justiça), passamos a entender essa oferta vai além de caridade. Na realidade, seu significado é a prática da justiça social, que precisa alcançar os quatro níveis de necessidade humana: física, emocional, material e espiritual.
Mandamento X Instrução
Mandamento é algo que devemos cumprir indiscutivelmente. Precisa ser vivido sem desejo de recompensa, pois segui-lo gera vida e mostra o amor que temos de forma altruísta para com nosso Senhor (Jo14.15).
Por sua vez, uma instrução gera recompensa, mas ela só vem depois que o Senhor nos aprova no nível do mandamento, pois nossa obediência mostra ao Pai que somo confiáveis para cumprir uma instrução, consequentemente, para termos de volta uma recompensa. Vamos ilustrar um exemplo prático. Você não recompensa seu filho por ele falar a verdade, pois isso é um mandamento que lhe trará vida de forma natural e evitará um possível castigo. Mas ao mandá-lo a um supermercado para a compra de determinado produto, o troco passa a ser a sua recompensa. Simplesmente por que ele cumpriu uma instrução, que por sua vez gerou esse crédito. Assim acontece conosco quando praticamos a Tzedaká dando além do que nos é ordenado pelo mandamento.
Quanto devemos dar de oferta de Tzedaká?
A lei nos instrui a dar um décimo de nossa renda líquida, lembrando que Tzedaká não é o dízimo. Mas ainda nos ensina a lei que, dar vinte por cento ainda gera mais mérito (Shulchan Aruch Yore Dea 249:1). Essa oferta é mostrada na Bíblia e fora praticada por muitos, como o próprio Abraão para o rei de Salem (Gênesis 14.20), Jacó para Esaú e muitos outros. É uma oferta de suma importância, por que além de cumprirmos uma instrução dada pelo nosso Deus, ela revela até mesmo para nós que temos no Eterno abundância para podermos sobejar, ao ponto de doarmos em forma de oferta.
O Rambam, Maimônides (1135-1204), um dos grandes codificadores das Lei Judaica, estabeleceu uma hierarquia de 8 pontos para esta lei:
1) Dar um presente, emprestar dinheiro, aceitar como sócio ou arrumar trabalho para alguém, antes que ele precise pedir caridade;
2) Fazer caridade a um pobre, onde ambos o doador e o destinatário, não sabem a identidade um do outro;
3) O doador sabe quem é o destinatário, mas este não sabe quem é o doador;
4) O destinatário sabe quem é o doador, mas este não sabe para quem está doando;
5) O doador faz a caridade antes mesmo de lhe ser pedida;
6) O doador dá algo a um pobre depois de lhe ser pedido;
7) O doador dá menos do que deveria, mas o faz de uma maneira agradável e reconfortante;
8) O doador faz a caridade com avareza (ele sente incômodo neste ato, mas não o demonstra).
Consta no Shulchán Aruch (O Código de Leis Judaico) (Yore Dea 249:3) que se a pessoa visivelmente demonstra desprezo, ela perde o mérito desta lei.
Então saímos desse conceito de uma simples oferta de caridade e passamos para outro nível de entendimento :com a oferta de Tzedaká cumprimos a justiça, confortamos a outros e vemos a abundância que Deus nos deu. e seus benefícios múltiplos.
A Tzedaká e os profetas.
Quanto mais Tzedaká praticamos maior é o mérito diante de Deus e maior é o nível de Glória que ele alcança de Deus.
Os profetas à praticavam e alcançavam recompensas extraordinárias de Deus.
Eu exemplo bem conhecido na Bíblia é a vida do profeta Eliseu que era discipulo de Elias. Eliseu doou tudo que tinha e no final do seu discipulado Elias lhe faz a pergunta: 2 Reis 2 - 9. Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção de teu espírito. -
Para você entender melhor: Eliseu alcançou mérito diante de Deus e por isso ele poderia pedir qualquer coisa. Elias tinha vinte e quatro mil discípulos, mas só Eliseu alcançou o nível de Glória de Elias.
Esses são alguns dos segredos revelados Tzedaká.
Prática e resultados
Hoje na África, estamos praticando o Tzedaká, através do Projeto Daniel, onde vamos oferecer para as crianças, todo o tipo de ajuda, não apenas comida, mas estudo, saúde, ensino bíblico e uma vida digna para eles. O governo africano viu isso com bons olhos e está doando terras para as Igrejas estabelecerem o Projeto em seus territórios. Porém precisamos reunir milhares de amigos, ministérios e empresários que pratiquem a Tzedaká.
Desde quando começamos a enviar a nossa oferta mensal para a África, notei que o Rio Grande do Sul teve um salto. As colheitas passaram a ser extraordinárias e crescentes a cada ano, e desde 2013 não paramos mais de bater recordes. Em 2017 ultrapassamos todos os anos recordes. Eu creio que isso é resposta dos céus à prática da Tzedaká.
Eu quero convidar todos os amigos, igrejas, empresários, profissionais liberais, para que se unam a nós, para que possamos somar nesse grande projeto que é praticar a Tzedaká na África, para que venham as bênçãos de Deus sobre o Brasil. Isso será um ato de justiça para com a África e suas crianças.
Venha somar conosco!
Informações:
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