Aprendemos mais quando ouvimos e tratamos melhor os nossos idosos

O estilo de vida moderno não valoriza a experiência dos idosos.

Fonte: Guiame, Marisa LoboAtualizado: sexta-feira, 27 de julho de 2018 às 16:15
Cuidado e atenção com os idosos podem nos ensinar mais que do podemos imaginar. (Foto: Getty)
Cuidado e atenção com os idosos podem nos ensinar mais que do podemos imaginar. (Foto: Getty)

No Brasil existem cerca de 30,2 milhões de idosos, um aumento de 19,5% entre 2012 e 2017, segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, a maioria não possui condições de acolhimento adequadas para uma vida digna, onde exista atendimento à saúde, entretenimento e apoio familiar. Levando em consideração que estamos envelhecendo rapidamente, será que estamos valorizando o suficiente a experiência da velhice?

O estilo de vida moderno não valoriza a experiência dos idosos. A sociedade é voltada para atender demandas, cada vez mais rápidas e dinâmicas, dificultando que pessoas em idade avançada possam integrar o ritmo de vida social atual, especialmente quando se trata do mercado de trabalho. Por conta disso, além dos problemas de ordem econômica que afeta a maioria dos idosos no país, outra questão de maior importância grita mais alto, que é a falta de atenção e acolhimento afetivo aos nossos veteranos.

Um bom conservador sabe o quanto a tradição e os costumes mantidos pelos idosos são importantes para o nosso aprendizado e transmissão de boas culturas. Quando sentamos e conversamos com um idoso, lhe dando atenção, não beneficiamos apenas ele, que precisa muito se sentir amado e valorizado, mas também a nós mesmos. Há um poço de sabedoria que não podemos ignorar na velhice e essa é uma das maiores vantagens da vida adulta, o aprendizado à medida que envelhecemos.

Nossa cultura atual, muito envolvida pela tecnologia e fluxo de informações instantâneas, também está contribuindo para afastar crianças, adolescentes e jovens do convívio com os idosos. A prática antigamente comum de netos e filhos sentarem para conversar com seus pais e avós, pedindo orientações e ouvindo suas histórias, está sendo perdida por conta do “tio Google”, o substituto moderno dos bons conselhos familiares.

A Bíblia diz no livro de Jó, capítulo 12 e verso 12, que “com os anciãos e mais experientes está a sabedoria, e na idade avançada, a compreensão e o entendimento”. O texto é muito claro. Ele valoriza a experiência do idoso e nos mostra que devemos atentar para isso, procurando cuidar e nos relacionar mais dos nossos amigos e parentes mais velhos. Não é por acaso também que o Apóstolo Paulo coloca os anciãos em posição de autoridade na igreja, devendo ser exemplos para todos os demais.

No aspecto da saúde mental, o idoso precisa de atividade intelectual e dinâmica afetiva, não apenas física. Essa atividade é proporcionada quando nos tornamos presentes em sua vida, convidando eles para estar junto conosco, participando do dia-a-dia e até dos nossos problemas. Esse conjunto de coisas evita desordens emocionais como a depressão, ansiedade e o estresse. Entender isso não é só uma questão de humanidade e preocupação com os idosos, mas também um dever que todo cristão precisa colocar em prática, porque afinal, todos nós um dia também seremos velhinhos e vamos desejar o mesmo amor e cuidado.

Por Marisa Lobo - Psicóloga, especialista em Direitos Humanos e autora de livros, como "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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