O Brasil mais uma vez se chocou com o caso de uma menina de 11 anos, portanto uma criança, grávida após uma relação sexual supostamente com outra, um menino de 13 anos, com quem mantivera relações dentro da própria casa. Como se já não bastasse a situação trágica por si, outra surgiu em decorrência do caso: a morte de um inocente!
É difícil nos posicionar em casos como esse, pois a comoção popular e a complexidade da situação desperta muitos sentimentos e percepções distintas. Contudo, como cristãos e conservadores, não podemos deixar de falar em defesa das vítimas, o que também inclui o bebê gerado pelo ato sexual.
Neste episódio, me chamou atenção o quanto a imprensa, em sua maioria, fez apologia pelo aborto do bebê, retratando o caso em tom de indignação e repúdio contra a juíza Joana Ribeiro Zimmer, que inicialmente agiu para proteger não só a menina de 11 anos, como também o nascituro já em estado avançado de gestação, com 29 semanas.
A estratégia inicial, aparentemente, foi esconder o fato de que os envolvidos na relação são duas crianças. Tudo mudou quando a imprensa alternativa passou a divulgar essa notícia. Após a repercussão, O Globo revelou que a menina e o menino teriam relatado à Polícia que mantinham um relacionamento.
Ora, a menina e o menino não têm maturidade para namorar, muito menos ter relações sexuais. O fato aqui, portanto, vai muito além de caracterizar o acontecimento como estupro ou não, pois estamos diante de uma situação trágica que, em última instância, envolve duas crianças num ato sexual, o que já é escandaloso por natureza.
Mídia abortista
Sedentos por sangue de inocente, os defensores do aborto parecem ter tentado esconder a idade do suposto agressor, pois isso dá outra conotação para o caso. Podemos cogitar, por exemplo, que dois vulneráveis tiveram uma relação indevida, onde a geração de outra vida se tornou mais uma parte agravante do problema.
No meio disso tudo, quantos pensaram na proteção do mais vulnerável na história, o bebê no útero da menina de 11 anos? Se todos os envolvidos são crianças, a vida gerada no ventre materno não seria a mais inocente e vulnerável de todas, digna de proteção, assim como a da mãe?
O aborto é tão traumático e arriscado quanto uma gestação e parto precoces. Mas, a sanha pela morte de uma vida pareceu alimentar tanto as redações jornalísticas, e o ativismo abortista, que o bom senso e respeito pela vida foram ignorados. Resultado: derramaram o sangue deu um bebê no altar do feminismo!
Todo ato de violência deve ser repudiado, especialmente contra crianças vulneráveis, mas não podemos admitir que bebês resultantes de um estupro, ou ato sexual qualquer, sejam tratados como se fossem um mal a ser descartado, porque não são.
Infelizmente, porém, a sede pelo sangue dos inocentes parece ditar a conduta e o pensamento de quem não tem temor a Deus. Se alguns pudessem, acredito, teriam soltado fogos após a notícia de que a menina de 11 anos abortou o seu bebê. Celebração da morte travestida de “justiça social”.
Que Deus, por fim, traga luz, misericórdia, consolo e salvação sobre todos os envolvidos em mais este caso triste para o Brasil. Torço para que as crianças sejam devidamente tratadas, acolhidas e cuidadas, e que os responsáveis por induzir a morte de uma vida inocente encontrem a devida justiça divina.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".
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