O perdão de Erika Kirk me ensinou sobre graça

Erika foi esmagada por uma dor que não poderia suportar sozinha e ali, no pó, no vazio, no silêncio, ela encontrou os braços de um Deus que não a deixou desmoronar.

Fonte: Guiame, Melina BotteghinAtualizado: segunda-feira, 22 de setembro de 2025 às 18:02
Erika Kirk durante seu discurso no funeral de Charlie Kirk, em Glendale, Arizona. (Captura de tela/YouTube/Turning Point USA)
Erika Kirk durante seu discurso no funeral de Charlie Kirk, em Glendale, Arizona. (Captura de tela/YouTube/Turning Point USA)

Eu nunca aprendi tanto sobre graça como agora.

Não nos livros, não nos sermões que ouvi, nem nas palavras que tantas vezes repeti sem perceber a profundidade delas. Eu aprendi sobre graça diante do discurso de Erika Kirk, eu me arrependi diante do discurso de Erika Kirk. Graça é demonstrada diante da injustiça, daquilo que mais dilacera o coração humano: perder alguém que amamos de forma abrupta e cruel.

Descobri que a graça não é uma teoria para dias claros, mas um sopro de Deus que chega quando não resta mais nada. Quando a raiva parece justa, quando o ódio parece natural, quando a vingança parece o único caminho lógico. É nesse abismo que a graça se revela.

Porque perdoar não é esquecer. Perdoar não é absolver. Perdoar é se recusar a carregar o peso do ódio. É soltar a pedra que poderia destruir não apenas quem errou, mas também a mim mesma. Hoje eu compreendo: a graça me protege de me tornar prisioneira da dor.

Repensei tantas coisas ontem, sobre mim mesma, sobre pequenas marcas que carregamos por qualquer discordância que temos. Quantas vezes não exercemos o perdão ou retemos a graça simplesmente porque, naquele dia, alguém falou algo que eu não gostei, ou passou por mim e não me cumprimentou, ou não sorriu… quantas vezes fomos pedra em vez de cristãos?

Erika disse: “Quando vi o rosto dele tinha um leve sorriso. Ele não sofreu… Em um segundo ele estava fazendo o que amava e, em um piscar de olhos, ele estava face a face com o Salvador”.

Aprendi que a graça não apaga as lágrimas, ela as recolhe. Não nega a dor; ela a atravessa conosco. Não nos anestesia, mas nos dá fôlego. Ela não nos faz fortes no sentido humano, mas nos lembra que existe um poder que floresce justamente quando estamos em pedaços.

Hoje sei que a graça é mais do que uma palavra repetida em cultos. Ela é um ato de resistência contra o ódio, é uma decisão de não devolver ao mundo a violência que ele entregou. É dizer: “eu perdoo” mesmo quando minha carne grita por justiça imediata. É confiar que há um Juiz maior que eu, e que a vida não termina aqui.

Eu nunca aprendi tanto sobre graça como agora.

E, se me perguntarem, não é porque sou santa, nem porque sou melhor. Aprendi com Erika uma verdade: ela foi esmagada por uma dor que não poderia suportar sozinha e ali, no pó, no vazio, no silêncio, ela encontrou os braços de um Deus que não a deixou desmoronar.

A graça não me fez esquecer. Mas ela me fez levantar.

A graça não apaga a saudade. Mas ela me ensina a transformar a memória em legado.

A graça não poupa da dor. Mas ela me mostra que o amor é mais forte que a morte.

E por isso, mesmo com lágrimas nos olhos e um coração ainda quebrado, eu posso dizer: eu nunca aprendi tanto sobre graça como agora. E eu nunca colocarei tanto uma mulher na minha lista de oração como agora.

Obrigada, Erika, pelo despertar em mim de algo frutífero no meio da sua dor.

 

Melina Botteghin é estudante de teologia, esposa, mãe, pastora por vocação e publicitária de formação.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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