Irmãos queridos quero refletir juntamente com vocês sobre algumas vozes que tentaram inquietar meu coração e faço isso por causa do cuidado com irmãos mais novos. Sim, existem muitas vozes no mundo e nenhuma sem sentido. Vejamos o que diz a Bíblia sobre isso:
“Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles, contudo, sem sentido.” 1 Co 14.10
Nesses dias, vozes reverberam tentando desprestigiar ministérios consolidados e levantados pelo Senhor, que já deram frutos, lutaram e ainda lutam na defesa da fé (Jd 3), e demonstraram e ainda demonstram o poder transformador de Cristo pela pregação e ensino da Palavra de Deus levando os pecadores aos pés do Senhor (Rm 10.9,10), e edificando a Igreja (Ef 4.11,12). Essas “vozes” soam travestidas de ortodoxia, usam a capa da pseudo-hermenêutica tirando textos bíblicos fora de seu contexto para então encontrarem um pretexto para infamarem servos de Deus e igrejas que só querem buscar do Senhor direção e bênçãos para suas vidas.
Qual seria a verdadeira motivação dessas vozes? Talvez um zelo exacerbado? Falta de conhecimento bíblico e teológico? Lamentavelmente, em muitos casos mais parece incompetência de fazer para Deus algo igual ou maior. Digo isso pois não posso entender exortação ou doutrinamento desprovidos de amor, mesmo porque está escrito que Deus amou o mundo e não que Deus primeiro doutrinou o mundo (João 3.16), a doutrina se dá no decorrer da caminhada cristã e sempre acompanhada com amor. Vociferar algo com aparência de santidade, porém sem respaldo bíblico não é nada além de barulho. Nesses dias essas vozes, por incompetência para legitimamente apresentarem argumentos substanciais para abalizar seu repúdio à referida campanha, tentam desqualificar os ministros de Deus e todos aqueles que se propõem em campanha a orar cultuar ao Senhor por 12 dias consecutivos representando a cada dia um mês do ano. Esse procedimento é chamado de “Argumentum ad hominem”.
Eu fui convidado para pregar nessa campanha (que existe há muitos anos), em várias igrejas e denominações e nunca vi nada de herético, ao contrário, vi irmãos adorando a Deus, ouvindo atentamente a Palavra do Senhor, orando, apresentando cada mês do ano em oração, suas famílias, suas necessidades; ora, não é exatamente isso que nos ensina a Bíblia Sagrada? (Lucas 18.1 Ts 5.17).
Argumentar que fazer uma campanha de 12 dias equivale a deixar o restante do ano sem momentos de oração ou adoração, leitura da Bíblia etc. é insultar nossa inteligência e assinar atestado de ignorância. Será que pelo fato de Jesus ter jejuado por 40 dias (Mt 4.2), estava implícito o ensino que não deveria mais jejuar? Ninguém, que não seja mal-intencionado (bem mal-intencionado diga-se de passagem), diria isso. Aliás, um dos maiores cultos da história deu-se em uma campanha de oração e jejum onde mestres e profetas estavam buscando ao Senhor quando o Espírito Santo separou Saulo e Barnabé para a obra missionária (Atos 13.1-4). Talvez você esteja dizendo: Pastor, a Bíblia não fala sobre campanha como conhecemos hoje. Bem, a Bíblia também não usa as palavras trindade ou triunidade, mas essa doutrina pode ser comprovada através vários textos bíblicos. O princípio da campanha como conhecemos hoje não é antibíblico. Em tempo, vale ressaltar que essas vozes dizem ser isso extrabíblico; ora, se é extrabíblico não é antibíblico, portanto não é heresia. Exemplos de situações que encontramos nas igrejas e que são extrabíblicas: Círculo de oração (porque não um triangulo ou quadrado?); sentar ao púlpito, uso de terno e gravata etc. Embora essas situações comportamentais, organizacionais ou litúrgicas que existem nas igrejas não sejam fruto de uma correta interpretação doutrinária, ainda sim não são heresias.
Argumentar também que é uma judaização da igreja é, no mínimo, leviano. Alguém já viu em uma dessas reuniões apelo para a circuncisão? Reverência à arca da aliança etc.? Estou me referindo ao caso da Campanha dos “12 dias de Clamor para 12 Meses de Bênção”.
Talvez os críticos desse trabalho, que têm um tempo inesgotável para analisar o labor alheio, possam me apontar o equívoco em conclamar o povo para ir à igreja, convidar pessoas não evangélicas, promover a comunhão contínua. Onde está o equívoco disso?
Mais uma vez participarei dessa campanha na Igreja O Brasil para Cristo em Jd. Planalto Arujá - SP, sob liderança de meu amigo, Pastor Roberto de Lucena e o que tenho visto em anos anteriores? Tenho visto pessoas serem salvas, curadas, libertas, serem cheias do Espírito Santo e amarem a Deus e ao próximo. Vejo a cada culto a igreja cheia de pessoas, membros e visitantes que lá estão para cultuarem e ouvirem a Palavra. Ao final dos cultos, muitos estão chorando e dedicando suas vidas à Deus. Se isso é heresia ou coisa do inimigo, ele está trabalhando do nosso lado.
Penso cá com meus botões: Qual será a verdadeira intenção desses críticos? Nunca os vi em um de nossos cultos, nem mesmo em nossas reuniões de escola dominical. Gostaríamos de ser testados por eles, que apareçam. Esses mesmos que gastam tempo para falar mal dos outros e tentar roubar a fé dos mais novos. Muitas vezes fazem isso usando meios que são no mínimo duvidosos aos olhos da lei.
Minha recomendação aos pastores que fazem todo ano essa campanha. Continuem com alegria. Ao povo de Deus e aos convidados, continuem participando com alegria.
Quanto às vozes que tal responder-lhes o que Neemias disse à algumas vozes de sua época?
“Tendo ouvido Sambalate, Tobias, Gesém, o arábio, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha nenhuma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais, 2 Sambalate e Gesém mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos, nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal. 3 Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? 4 Quatro vezes me enviaram o mesmo pedido; eu, porém, lhes dei sempre a mesma resposta.” Neemias 6.1-4
Por Roberto Cruvinel, pastor da Igreja AD Pleroma e O Brasil para Cristo, mestre em Teologia, especialização em Filosofia Cristã, Professor de grego bíblico - Diretor da Escola Teológica Pr. Virgílio dos Santos Rodrigues.
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