O cenário profético acontece entre 765-755 a.C. durante o reinado de Jeroboão II, em Betel, no Reino do Norte, Israel.
Amós não era um profeta profissional, mas recebera um chamado direto do próprio Deus.
Embora o livro não seja muito conhecido e estudado pelos cristãos, mostra um cenário de calamidade em meio ao derretimento social, político, religioso e econômico da nação.
O livro começa usando a palavra dabar (palavra) no hebraico, a mesma usada por Deus para a criação do mundo, agora usada para trazer juízo sobre a nação idólatra.
Das nações gentílicas:
Amós, denuncia os pecados e crimes de guerra das nações contra os Israelitas. O Senhor demonstra ira sobre as práticas cruéis e hediondos contra seu povo.
O Senhor tem o controle sobre as guerras e levanta a guerra para disciplinar as nações.
De Judá, Reino do Sul:
Neste momento da história Judá ainda não estava mergulhada na apostasia, mas já estava em declínio espiritual, envolvida em mentiras e transgressões das leis de Moisés.
Visão geral de Israel, Reino do Norte:
- Os juízes eram corruptos e aceitavam suborno, usavam as leis para explorar os pobres.
- Pai e filho se relacionavam sexualmente com a mesma mulher (prostituta cultual).
- O povo mandava os profetas se calarem e praticavam idolatria ao pé de altares pagãos acompanhada de orgia sexual.
- Mulheres emponderadas, ricas e religiosas, manipulavam seus maridos para manter seus status social, oprimindo e esmagando os pobres.
- Os justos e inocentes eram perseguidos e mortos
- A vida religiosa era uma farsa
- A nação estava sucumbindo a pobreza e a calamidade
Da natureza como ferramenta jurídica
O Senhor usa a natureza como ferramenta para disciplinar Israel, o Reino do Norte. As sanções foram:
- Escassez de alimento
- Retenção da chuva sobre algumas cidades
- Enchentes sobre outras cidades
- Secas graves afetando a agricultura e pecuária da nação
- Ataque de gafanhotos afetando a agricultura
- Falta de água
- Conflitos civis
Da adoração:
O povo era pretensamente religioso, mas eram superficiais, viviam de aparência, diante deste cenário o Senhor repudia o sistema religioso.
Havia roubos, corrupções, adultérios, homicídios e idolatria dentre os que diziam ser salvos!
A religião corrupta endureceu o coração do povo, então Deus rejeita:
- As festas religiosas
- Os cânticos e as orações hipócritas
- Os holocaustos e ofertas de manjares
- As ofertas pacíficas de animais
Do sistema político:
A liderança do país e do sistema religioso, era corrupta e não se importam em esmagar os pobres para manter suas riquezas. Amós detalha como era a vida destes líderes:
- Moravam em bairros nobres
- Tinham boas casas
- Dormiam em camas de marfim
- Comiam das melhores iguarias
- Cantavam ao som da lira
- Bebiam dos melhores vinhos e em taças
- Possuíam uma vida altamente confortável
Da queda da nação:
Infelizmente não houve arrependimento nacional do Reino do Norte, mas Deus preservou um remanescente Israelita que predominantemente fugiu para Judá, Reino do Sul.
A Assíria invadiu Israel em 722 A.C, e destruiu a nação, levando as dez tribos para o cativeiro. As mulheres ricas e empoderadas, assim como muitas pessoas foram levadas em ganchos como animais!
Muitos líderes políticos e religiosos foram mortos.
O cenário era de terror e espanto, cadáveres por todos os lados, gritos de desespero! Muitos jovens foram mortos nas guerras.
A nação sucumbiu à guerra, fome e epidemia!
Da restauração:
Apesar da queda, Deus faz uma promessa de restaurar a nação de Israel para sempre, reestabelecendo o trono de Davi e Jerusalém!
Israel, e os Judeus viverão em paz e prosperidade junto com as nações crentes.
Silas Anastácio é fundador do Ministério Davar, evangelista e expositor bíblico com sólida atuação há mais de uma década em temas relacionados ao Estado de Israel e à comunidade judaica. Também desempenha papel estratégico nos bastidores da mídia evangélica, contribuindo para a articulação e divulgação de conteúdos que fortalecem os valores da fé cristã.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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