A busca da qualidade de vida está cada vez mais embutida na sociedade atual e a associação entre atividade física e alimentação é a melhor maneira de alcançá-la. Já que o bem-estar é tão importante para a vida das pessoas, por que não começar na infância?
É certo que toda criança precisa se exercitar, entretanto, muitas vezes a preferência por jogos eletrônicos ou a violência urbana faz com que estas crianças se "aprisionem" dentro de casa e se tornem cada vez mais sedentárias.
Segundo o Coordenador Grupo Técnico de Medicina Desportiva da Sociedade Brasileira de Pediatria, Ricardo Barros, a atividade física recreacional é muito importante para a saúde física das crianças, pois melhora a coordenação motora, reduz a ansiedade e depressão e previne doenças de origem emocional.
"Clinicamente falando, é um grande motivador para se evitar a obesidade e o sobrepeso e, assim, prevenir enfermidades dos adultos, tais como doença coronariana, diabetes, hipercolesterolemia e hipertensão arterial", declara.
O médico afirma que a prática de exercícios também gera um melhor entrosamento e aprendizado social, desenvolve responsabilidades e simula objetivos de vida e desafios.
Um dos exercícios físicos que as mães mais procuram para os filhos é a natação, muitas vezes quando ainda bebês. Entretanto, o dr. Ricardo Barros explica que antes dos quatro anos a criança não está preparada para aulas de natação.
"Para fazer natação, é necessário coordenação motora, que depende da maturidade para a realização dos movimentos específicos. A inserção de crianças em programas de natação, antes do 1º ano de vida, não gera nenhum benefício clínico, mesmo para crianças que sofram de problemas alérgicos, como bronquite", ressalta.
Para o pediatra, os filhos devem ser incentivados pelos pais a praticar esporte. Segundo ele, há duas atitudes que os responsáveis devem tomar para que a criança deixe de lado os jogos eletrônicos e computador para praticar esportes: "Primeiro, os pais devem praticar esportes, para se tornarem exemplo. Segundo, impor limites de horários, dependendo de resultados escolares, comportamento familiar", orienta.
Dicas:
- A criança deve escolher uma atividade esportiva que lhe traga prazer;
- Deve-se incentivar a criança a ter uma atividade recreativa. Não é interessante que a criança se sinta obrigada fazer o esporte, ela deve fazer algo de que goste;
- Ela deve experimentar vários esportes para poder escolher o que prefere;
- Não queira que seu filho seja o esportista que você deixou de ser, ou seja, não transfira para ele suas frustrações;
- Não queira que seu filho seja um atleta ainda quando criança, porque isso tem que vir naturalmente;
- É importante que o adulto respeite as limitações das crianças porque cada pessoa é única;
- Se, por acaso, ele participa de competições, o incentive, mas não cobre vitória nem mostre expectativas quanto ao seu rendimento. Caso ele perca, o abrace, beije, sorria e lembre a ele que, na vida, um dia se ganha, outro se perde, ou que tentar ganhar é mais importante que vencer (o importante é competir). Mostre sempre que o ama e que ele é especial vencendo ou perdendo.