Dificuldade para dormir, sono agitado, sonolência durante o dia e mau desempenho na escola podem ser indícios de um problema que também afeta as crianças. A insônia, doença que pode interferir em diversos fatores físicos e emocionais, não deve ser vista como um mal restrito à vida agitada dos adultos estressados e ansiosos.
"A insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono", resume a neurologista e médica do sono Maria Cecília Lopes da Conceição, do Instituto do Sono, em São Paulo, que divide as principais causas do problema em genéticas, ambientais e orgânico-clínicas, esta proveniente de causas hormonais, de idade ou depressão. "A origem pode ser a diabetes, distúrbios na tireóide ou mudanças hormonais da adolescência", explica.
Os pequenos podem sentir dificuldades para se adaptar a mudanças de rotina, comum em fases em que pulam de um estágio de desenvolvimento a outro. Por isso, é necessário que os pais mantenham atenção redobrada quanto ao comportamento dos filhos durante períodos de adaptação, como ao ensinar a criança a dormir em um novo quarto ou, ainda, no caso de crianças mais ansiosas, com a chegada de um irmãozinho. A neurologista esclarece que a causa ambiental está ligada à falta de "higiene do sono". "Ruídos como o ronco, barulhos no quarto, desconforto na cama e luminosidade atrapalham o bom sono", afirma.
Segundo a especialista, a privação do sono pode ser aguda - geralmente causada por estresse emocional, provocando irritabilidade, instabilidade afetiva, transtornos de humor e alterações de reflexo ou crônica, que pode levar a baixo rendimento no trabalho, alteração de comportamento, ansiedade e depressão.
Para facilitar o diagnóstico e tratamento correto para a insônia, pode ser realizado um acompanhamento integrado entre médico, psicólogos e assistentes sociais, que podem abordar situações que geram ansiedade ou depressão.