De acordo com uma pesquisa atual, cada vez mais os americanos pensam que o casamento é desnecessário para criar famílias fortes. Além disso, o matrimônio tem sido visto como “algo antiquado”.
A pesquisa nacional realizada anualmente, nos Estados Unidos, foi divulgada na terça-feira (12), pelo Deseret News e o Centro de Estudo para Eleições e Democracia da Universidade de Brigham Young.
Produzida pelo YouGov, uma empresa líder internacional de pesquisa de mercado na internet, a “Pesquisa da Família Americana de 2021” entrevistou mais de 3.200 pessoas, entre 25 de junho e 8 de julho, extraindo resultados finais de 3 mil entrevistados.
Família, casamento e experiências externas
Desde 2015, a pesquisa vem analisando como os eventos atuais e as questões públicas afetam os relacionamentos familiares. Com a pandemia, por exemplo, as respostas mostraram que muitos aspectos da vida familiar dos americanos foram afetados.
“Algumas famílias demonstraram que resistiram bem à pandemia, enquanto outras experimentaram desafios emocionais, físicos e econômicos distintos”, diz o relatório.
“A pandemia trouxe um desafio econômico significativo para muitas famílias em termos de demissões e perda de renda, mas essas dificuldades econômicas não foram distribuídas igualmente entre as famílias americanas”, continua.
“Há uma indicação de que as pessoas têm menos probabilidade de dizer que seu casamento ficou mais forte durante a Covid, talvez por causa do estresse do período. Mas, em geral, as pessoas acreditam que os casamentos estão indo bem”, explicaram os pesquisadores.
Mas, essas respostas estão associadas a relacionamentos já consolidados e famílias já formadas. Quanto a tomar a decisão de formar uma família e oficializar uma união, os resultados mostram que houve uma queda na porcentagem daqueles que acreditam que “a sociedade é melhor quando as pessoas se casam”.
Queda na popularidade do casamento
Em 2017, 56% dos entrevistados disseram que “quanto mais as pessoas se casam, melhor a sociedade”, em 2021 esse número caiu para 45%. A nova pesquisa também indica que o número de pessoas que acreditam que o casamento é necessário para criar famílias fortes (52%) diminuiu 10 pontos percentuais desde 2015.
Quando questionados se acham que o casamento é “antiquado e desatualizado”, 19% dos entrevistados disseram que “concordam”. Em 2015, apenas 12% dos entrevistados disseram o mesmo.
“Há razões para acreditar que as pessoas estão ficando mais desapegadas ao casamento como uma instituição. Embora não queiramos sugerir que o casamento está com problemas como instituição, há uma ligeira erosão em sua popularidade”, escreveram os pesquisadores.
A Bíblia e o casamento
Hal Boyd, o editor executivo do Deseret National, disse ao Christian Post que as estatísticas mostram que “as pessoas têm maior satisfação com a vida quando se casam”. Ele também enfatizou que o casamento é melhor para os filhos e espera que as pessoas percebam que “o casamento tem benefícios” e deve ser normalizado.
“O casamento proporciona estabilidade e satisfação com a vida. Quem se casa costuma ter mais longevidade, melhor riqueza financeira, além de saúde física e mental”, afirmou.
Boyd disse também que alguns fatores que influenciam as pessoas que evitam o casamento são o medo do divórcio e a falta de afiliação religiosa. Ele também observou que os ensinamentos que se rebelam contra a religião podem fazer com que o casamento se torne menos relevante devido à diminuição da afiliação religiosa.
“Acho que vemos mais pessoas religiosas se casando por causa dos ensinamentos doutrinários sobre o casamento na Bíblia”, disse. “E à medida que a cultura se torna mais secular e não abertamente religiosa, vemos uma diminuição nas taxas de casamento”, finalizou.