Um anel de liga de cobre com 2.000 anos de idade pode ser o segundo artefato descoberto que atesta a historicidade de Pôncio Pilatos. Descoberto há 50 anos, o anel com a inscrição “de Pilatos” foi restaurado recentemente em Israel.
Pilatos foi governador da província romana da Judeia entre os anos 26 e 36 d.C. e condenou Jesus Cristo à crucificação.
O anel foi encontrado pela primeira vez entre centenas de outros artefatos nas escavações de 1968-1969 dirigidas pelo arqueólogo Gideon Foerster, em uma parte do sepulcro e palácio de Herodes na colina de Heródio, no deserto da Judeia.
Recentemente, o atual diretor de escavações, Roi Porat, solicitou que o anel de cobre recebesse uma limpeza completa do laboratório e um exame acadêmico.
A análise científica do anel foi publicada na revista acadêmica semestral “Israel Exploration Journal”, na semana passada, através da Sociedade de Exploração de Israel.
Segundo o arqueólogo Porat, todas as explicações que indicam o proprietário histórico do anel são simples. “Era importante publicar um artigo científico cuidadoso. Mas, na prática, temos um anel inscrito com o nome Pilatos e a conexão pessoal clama”, disse Porat ao The Times of Israel na quinta-feira (29).
Embora não esteja claro exatamente quando o anel foi forjado, ele foi descoberto no jardim da varanda de uma sala com uma camada arqueológica que data de 71 d.C, com outros artefatos de vidro, cerâmica e tampas de barro decoradas, pontas de flecha de ferro e moedas da Primeira Revolta Judaica.
No centro do anel há gravada uma cratera, um vaso usado para misturar vinho e água, que é circundado por letras gregas minúsculas que soletram “de Pilatos”. Poderia este “Pilatos” ser o Pôncio Pilatos descrito no Novo Testamento?
Imagem de 2010 da fortaleza na colina de Heródio, a 12 km a sul de Jerusalém. (Foto: Abir Sultan/Flash90)
Um olhar mais atento
De acordo com os estudiosos, o anel foi fundido por um artesão menos especializado, e “não por um mestre ferreiro”. O desenho no centro do anel também não era necessariamente da elite.
O arqueólogo Porat explica que os rebeldes podem ter movido o anel encontrado no Palácio para esta sala. Portanto, a descoberta do anel entre os escombros da classe baixa não nega a conexão com Pilatos. “O contexto é realmente muito adequado”, disse ele.
Embora o nome Pôncio fosse comum entre os romanos durante o período do Segundo Templo, Pilatos não era. O único artefato histórico aceito que testemunha a vida do governador romano é baseado neste sobrenome incomum.
A “Pedra de Pilatos” é foi descoberta em 1961 durante escavações em uma arena em Cesaréia Marítima. A pedra contém quatro linhas de texto, duas das quais se lê: “[Pô]ncio Pilatos [Governador da Judé[ia]”.