Arqueólogos descobrem indícios da destruição de Jerusalém no tempo de Esdras e Neemias

A Autoridade de Antiguidades de Israel anunciou a descoberta de artefatos que são parte de restos da destruição de Jerusalém pela Babilônia durante o tempo de Esdras e Neemias.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: terça-feira, 30 de junho de 2020 às 14:02
Selo feito de um pedaço de argila do período persa. (Foto: Shai Halevy/Autoridade de Antiguidades de Israel)
Selo feito de um pedaço de argila do período persa. (Foto: Shai Halevy/Autoridade de Antiguidades de Israel)

A Autoridade de Antiguidades de Israel anunciou nesta terça-feira (30) que descobriu restos da destruição de Jerusalém pela Babilônia durante o tempo de Esdras e Neemias. 

Os arqueólogos encontraram um carimbo e uma bula — uma espécie de selo redondo usado para fins comerciais ou assinatura de documentos nos tempos antigos — na escavação do estacionamento Givati ​​​​da cidade de Davi, em Jerusalém. 

Os dois artefatos foram encontrados ao lado dos escombros de uma estrutura que foi destruída durante o século 6 a.C. pelos babilônios. 

A descoberta é rara e revela o quanto Jerusalém foi afetada pela Babilônia em sua destruição, de acordo com o prof. Yuval Gadot, do Departamento de Arqueologia e Culturas Antigas do Oriente Próximo da Universidade de Tel Aviv, e o Dr. Yiftah Shalev, da Autoridade de Antiguidades de Israel.

“Apesar das numerosas escavações realizadas em Jerusalém até o momento, as descobertas do período persa até agora são escassas, portanto, não temos informações sobre o caráter e a aparência da cidade nesse período”, disseram Gadot e Shalev em comunicado.

“A descoberta da impressão de carimbos e selos na cidade de David indica que, apesar da terrível situação da cidade após a destruição, foram feitos esforços para restaurar as autoridades administrativas, e seus moradores continuaram a usar parcialmente as estruturas que foram destruídas”, explicaram.

A impressão do selo foi encontrada em um grande pedaço de argila, indicando que não era usado para selar um documento, mas algo maior como um recipiente ou jarro de armazenamento. O selo tem a imagem de uma pessoa sentada em uma cadeira com uma ou duas colunas à sua frente. 

Os arqueólogos dizem que esse estilo de impressão é característico da cultura babilônica. Acredita-se que a pessoa sentada na cadeira seja um rei e as colunas provavelmente representam os deuses babilônios Nabu e Marduk. 

O selo é feito de um grande fragmento de cerâmica fabricado localmente. 

Os pesquisadores também encontraram outros artefatos, incluindo um vaso de cerâmica quebrado, decorado com a face do deus Bes. 

“As novas descobertas na encosta ocidental da cidade de Davi acrescentam muita informação sobre a estrutura da cidade durante o período do Retorno a Sião, um período que conhecíamos principalmente da literatura bíblica (nos livros de Esdras e Neemias)”, dizem os especialistas. 

“A falta de descobertas deste período dificultou a compreensão do status e da extensão da cidade. As descobertas da escavação do estacionamento de Givati ​​lançam luz sobre a renovação da administração local, em um local semelhante ao que existia antes da destruição do Primeiro Templo, cerca de 100 anos antes”, acrescentam.

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