Em vez de uma mensagem festiva para celebrar o Rosh Hashaná, Ano Novo judaico, que se inicia nesta quarta-feira (2), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, abordou os ataques que Israel havia acabado de sofrer por parte do Irã.
“Essa noite, o Irã novamente atacou Israel com centenas de mísseis. Esse ataque fracassou, e fracassou devido ao nosso sistema de defesa, que é o mais avançado do mundo. Eu parabenizo o exército e agradeço também aos Estados Unidos pelo apoio aos nossos esforços em nos defender”, disse.
O ataque enviou quase 10 milhões de israelenses para abrigos antiaéreos enquanto projéteis e interceptadores explodiam nos céus.
A chuva de mísseis iranianos coincidiu com o último dia do ano civil judaico, 29 de Elul, véspera de Rosh Hashaná que marca o início do ano civil de 5785.
Na perspectiva judaica, a data marca o aniversário da criação do homem, quando Deus soprou nas narinas de Adão de seu Espírito, tornando-o “alma vivente” (nefesh chaiah), explica o hebraísta Getúlio Cidade.
Colunista do Guiame, Cidade acredita que ataques militares de Israel e Irã, tão próximos a Rosh Hashaná, podem estar marcando o início de um conflito muito maior pela frente. “O que torna essa situação mais auspiciosa é o eclipse anular do sol que ocorre hoje (2 de outubro de 2024), exatamente ao pôr do sol em Israel, quando se inicia Rosh HaShaná”, explica.
A mensagem nacional do premiê israelense parece anunciar um conflito maior de fato. Netanyahu disse que ao atacar Israel, o Irã havia cometido um grande erro e que pagaria por isso. “O regime do Irã não entende a nossa firmeza em nos defender e a nossa determinação em retribuir aos nossos inimigos”, afirma.
Ataque do Irã
Segundo o Jerusalem Post, o Irã lançou cerca de 180 foguetes contra Israel nesta terça-feira (1º), com sirenes de alerta soando em todo o país. Embora vários foguetes tenham sido interceptados, ainda não se sabe quantos. Até agora, quatro pessoas morreram no ataque aéreo, incluindo dois ataques diretos, um deles em Tel Aviv.
Pouco antes, sete pessoas haviam sido mortas e dezenas ficaram feridas em um ataque terrorista a uma estação de trem em Jaffa. Seis vítimas foram levadas ao Ichilov Medical Center, com pelo menos duas em estado crítico. Além disso, doze feridos, incluindo uma criança, foram transferidos para o Wolfson Medical Center, sendo cinco em estado grave.
Antes de desejar um feliz Ano-Novo aos israelenses, Netanyahu disse: “Hoje, mais do que nunca, no mundo inteiro, as forças da luz devem se unir e agir em união contra o regime das trevas do aiatolá, que é a fonte do terror e da maldade na nossa região. Estes devem estar ao lado de Israel. A escolha nunca foi tão clara entre a prisão e a liberdade, entre a bênção e a maldição”.
No final, o primeiro-ministro disse que na noite de Ano-Novo os cidadãos de Israel poderiam estar certos que “faremos tudo o que for necessário para continuar e alcançar os objetivos da guerra, e principalmente, trazer de volta todos os nossos sequestrados e assegurar o nosso futuro”.
Ano-novo, eclipses e festas
Getúlio Cidade lembra que o primeiro ataque direto do Irã ao território de Israel ocorreu em 13 de abril deste ano, apenas cinco dias após o eclipse total e a uma semana do início da Festa da Páscoa. O segundo ataque ocorreu apenas a um dia de Rosh Hashaná e do outro eclipse solar, ambos ocorrendo em 2 de outubro.
“Se voltarmos ao ano passado, em 14 de outubro de 2023, tivemos um eclipse anular que percorreu os Estados Unidos, a América Central e do Sul, incluindo toda a região norte do Brasil. O dia também não foi aleatório, mas ocorreu exatamente sete dias após o encerramento das Festas do Outono, em Tabernáculos, e do ataque vil do Hamas contra as comunidades do sul de Israel, dando início à guerra em Gaza que se arrasta até hoje”, rememora.
Segundo o contexto bíblico, os eclipses, especialmente quando ocorrem em datas significativas como nas Festas, devem ser interpretados como sinais claros de Deus para as nações. “Isso é bíblico e consta na Torá e nos profetas, dentre os quais Joel e Amós se destacam”, diz o hebraísta.
E continua: “Eles escrevem claramente que os dias de angústia e tribulação – tempo conhecido como Dia do Senhor – serão precedidos por eclipses solares e lunares. Logicamente eles não usam essa palavra que nem existia em seu tempo, mas fazem alusão ao fenômeno astronômico de forma nítida.”
Cidade também lembra que há outros acontecimentos importantes como as eleições americanas, em novembro, e seu potencial de afetar o mundo inteiro: “A ocorrência de eclipses em datas que coincidem com as Festas do Senhor, ou próximas a elas, têm um histórico de eventos marcantes nas nações, muitos deles ligados a tragédias”.
E conclui: “Por trás de tudo isso, está o mais importante e invisível ao olho humano que é a terrível guerra espiritual travada nos lugares celestiais. O mundo físico é um mero reflexo do espiritual.”
ASSISTA: