Estrutura usada durante o Período do Primeiro Templo é descoberta em Jerusalém

A estrutura de oito cômodos com cerca de 220 metros quadrados é a única conhecida desse tipo e é uma das poucas encontradas em Israel.

Fonte: Guiame, com informações de All Israel NewsAtualizado: sexta-feira, 17 de janeiro de 2025 às 17:29
A estrutura da era bíblica. (Foto: Reprodução/YouTube/All Israel News)
A estrutura da era bíblica. (Foto: Reprodução/YouTube/All Israel News)

Recentemente, uma estrutura da era bíblica usada durante o Período do Primeiro Templo foi descoberta na encosta leste da Cidade de Davi, em Jerusalém, conforme anunciou a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA)

De acordo com o portal All Israel News, a estrutura descoberta possui oito salas esculpidas na rocha, onde foram encontrados diversos itens utilizados em rituais religiosos. Entre esses itens estão uma pedra vertical chamada matzeva (frequentemente associada a práticas de adoração), prensas para produzir azeite e vinho usados nos rituais, e uma instalação com um canal de drenagem esculpido na pedra, que possivelmente serviu como base para um altar. Além disso, há várias marcas em forma de “V” no chão, cuja função ainda não foi esclarecida pelos pesquisadores.

Em uma pequena caverna à margem da estrutura, foi descoberto um esconderijo de objetos que datam do século VIII a.C.

Entre os objetos encontrados estão jarros com fragmentos de antigas inscrições em hebraico, pesos utilizados em teares, pequenos amuletos em forma de escaravelho, selos gravados com estampas e pedras de moer que serviam para triturar grãos.

“A estrutura deixou de funcionar durante o século VIII a.C., possivelmente como parte da reforma religiosa do Rei Ezequias”, relatou Eli Shukron, que dirigiu a escavação para o IAA.

E continuou: “De acordo com a Bíblia, Ezequias buscou centralizar a adoração no Templo em Jerusalém, abolindo os locais de rituais espalhados pelo reino. A Bíblia descreve como, durante o período do Primeiro Templo, locais de rituais adicionais que operavam fora do Templo, e dois reis de Judá — Ezequias e Josias — implementaram reformas para eliminar esses locais e concentrar a adoração no Templo”.


Eli Shukron no local. (Foto: Reprodução/YouTube/All Israel News)

A importância da descoberta 

Shukron explicou como eles descobriram que o local datava do século VIII, aproximadamente o período do rei Ezequias:

“Quando começamos a escavar a Cidade de Davi em 2010, descobrimos que o local havia sido selado com aterro do século VIII a.C., indicando que havia caído em desuso durante esse tempo”. 

“A pedra em pé que desenterramos permaneceu em pé em seu lugar original, e os outros cômodos da estrutura também estavam bem preservados”, acrescentou.

Citando o livro de 2 Reis, Shukron destacou que Ezequias é descrito como um rei que “fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que Davi, seu antepassado, havia feito”. 

Além disso, a Bíblia também descreve a luta de  Ezequias contra a idolatria, com o objetivo de concentrar a adoração do povo no templo construído por Salomão. 

Removeu os santuários idólatras, quebrou as colunas sagradas e derrubou os postes de Aserá. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois os israelitas queimavam incenso para ela. A serpente de bronze se chamava Neustã. Ezequias confiava no Senhor, o Deus de Israel. Não houve ninguém como ele entre todos os reis de Judá, nem antes nem depois”, 2 Reis‬ ‭18‬:‭4‬-‭5‬.


A estrutura está localizada na Cidade de Davi, em Jerusalém. (Foto: Reprodução/YouTube/All Israel News)

A estrutura descoberta pela equipe de Shukron é a única conhecida desse tipo do período bíblico em Jerusalém e uma das poucas encontradas em Israel. Composta por oito cômodos, ela ocupa aproximadamente 220 metros quadrados.

“Quase 3.000 anos depois, a herança bíblica de Jerusalém continua a ser descoberta na Cidade de Davi e, com o passar do tempo, sua relevância e significado só aumentam, com importância para bilhões, não apenas milhões, ao redor do mundo”, disse Ze'ev Orenstein, diretor de assuntos internos da Cidade de Davi, à Fox News.

"Esta descoberta na Cidade de Davi mais uma vez confirma o vínculo contínuo de mais de 3.000 anos do povo judeu com Jerusalém — não simplesmente como uma questão de fé, mas como um fato — desde os tempos bíblicos até os dias modernos", concluiu.

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