Comandantes militares do Irã disseram nesta quarta-feira (15) que a República Islâmica está à beira de um confronto total com seus inimigos e que está preparada para combater qualquer ameaça.
“O Irã tem o nível mais alto de prontidão militar e de defesa para enfrentar qualquer tipo de ameaça e demandas excessivas”, disse o ministro da Defesa iraniana, Amir Hatami, à Agência de Notícias da República Islâmica (IRNA).
Ele disse ainda que o Irã derrotaria uma aliança entre Estados Unidos e Israel.
Os EUA enviaram reforços militares ao Oriente Médio, incluindo um porta-aviões, bombardeiros B-52 e mísseis, em uma demonstração de força contra ameaças iranianas às tropas americanas e seus interesses na região, segundo autoridades do país.
O comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, disse que o Irã está “à beira de um confronto em grande escala com o inimigo”, informou a agência de notícias Fars.
“O inimigo pisou no terreno do confronto com toda a capacidade possível, é o momento mais decisivo da revolução islâmica”, acrescentou Salami, nomeado chefe da força no mês passado.
Também nesta quarta, um oficial iraniano de alto nível disse à Reuters que Teerã estava pronta para qualquer cenário possível, desde o “confronto à diplomacia”, mas que os EUA não podiam financiar outra guerra no Oriente Médio.
Israel estará ao lado dos EUA para enfrentar o Irã, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
“Estamos unidos em nosso desejo de impedir a agressão iraniana”, disse o premiê na terça-feira (14). “Israel, todos os países da região e todos os países que buscam a paz no mundo, devem se unir aos Estados Unidos contra a agressão iraniana”.
Segundo publicação da Folha de S. Paulo nesta terça, Israel pediu ao Brasil que condene os atos beligerantes do Irã no Oriente Médio, durante o primeiro encontro de consultas estratégicas entre os dois países na segunda-feira (13), em Brasília.
Na reunião, o responsável pelos Assuntos Estratégicos do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Joshua Zarka, esteve com enviados do Itamaraty, Ministério da Defesa, Gabinete de Segurança Institucional, Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência.
Nenhum órgão envolvido na reunião, que aconteceu sob sigilo no Itamaraty, se pronunciou oficialmente sobre o conteúdo do encontro.
Ao longo do governo Lula, o Brasil se uniu a Teerã e copatrocinou o fracassado acordo nuclear de 2010. Depois, afastou-se do regime iraniano, mas manteve laços e neutralidade em relação aos conflitos regionais.