Líder evangélico do Quênia e presidente da Iniciativa África-Israel, Joshua Mulinge subiu ao Monte do Templo na manhã da última terça-feira (19), reverenciando o lugar onde se acredita Abraão esteve para sacrificar seu filho Isaque e Jesus transmitiu muitos de seus ensinamentos.
Acompanhado pelo reverendo Dennis Nthumbi, também do Quênia e diretor para África da Fundação dos Aliados de Israel, ambos se reuniram com o ex-membro do Knesset, rabino Yehudah Glick, responsável por conduzir a visita privada ao local, o pastor Erik Selle da Noruega, fundador e ex-presidente da iniciativa, e Tor Arne Gard, um dos seus representantes.
Em sua oração no lugar sagrado, o bispo Mulinge declarou: “Que as nações da África se unam e transfiram as suas embaixadas para Jerusalém”.
Os cristãos estavam em uma missão de solidariedade, percorrendo o sul de Israel e encontrando-se com famílias de reféns e sobreviventes do massacre perpetrado pelos terroristas do Hamas em 7 de outubro. Além disso, participaram de discussões com membros do Knesset, explorando formas de apoio mútuo entre África e Israel.
Israel e Hamas
A guerra entre Israel e o Hamas expôs divisões profundas na África, com muitos governos estatais apoiando firmemente os palestinos, enquanto outros, principalmente os liderados por cristãos, defendem Israel. Além disso, houve uma clara desconexão entre estes líderes anti-Israel no continente e suas crescentes populações que creem na Bíblia.
“A maior parte do mundo não sabe o que aconteceu em Israel em 7 de outubro e a dor que Israel sente”, disse Mulinge ao The Jerusalem Post.
“Vim aqui para ver o que não está sendo dito, para poder falar sobre isso em toda a África e chegar à diáspora africana em outros continentes. Podemos trazer o lado da informação que a mídia muitas vezes não consegue retratar.”
Mulinge afirmou que os líderes anti-Israel na África não representam toda a diversidade de opiniões no continente. No entanto, observou que muitos grupos pró-Israel ainda não encontraram a melhor maneira de expressar apoio ao Estado Judeu, por isso permanecem em silêncio.
“Vamos contatá-los, realizar reuniões com base em fatos e dar-lhes uma imagem adequada”, disse o bispo evangélico. “Isto ajudará a defender Israel na África.”
Mulinge estava no país no dia 7 de outubro, quando ocorreu o massacre do Hamas, após conduzir uma viagem a Israel para a celebração da Festa dos Tabernáculos.
No dia seguinte, ele e a comitiva foram embora. Selle já tinha deixado o país no dia anterior e estava em Adis Abeba quando as sirenes soaram. O guia turístico foi imediatamente convocado para o serviço de reserva. Selle afirmou que tem orado por ele e por todo o povo de Israel desde então.
Solidários com Israel
"Esperamos que a nossa presença traga algum conforto", expressou Selle durante a visita ao Monte do Templo. "Queremos que Israel e o povo judeu saibam que não estão sozinhos. Embora vozes estridentes possam dizer o contrário, acreditamos em um silêncio poderoso – da maioria, você sabe. Queremos levantar suas vozes."
A Iniciativa África-Israel foi nasceu em 2011 com a finalidade de atuar como uma "via de mão dupla de bênçãos entre África e Israel", conforme explicou Selle.
Essa plataforma é um ministério cristão e bíblico que prega o amor de Deus por Israel. Além disso, promove colaborações em projetos conjuntos de desenvolvimento social e econômico, bem como uma diplomacia fundamentada na fé.
Desde a sua fundação, o conceito espalhou-se por todo o continente africano. Segundo Selle, a Iniciativa está estabelecida em 20 países africanos.
Lugar seguro para ser judeu
A África possui a maior população entre todos os continentes, e nos próximos 20 anos, espera-se que abrigue 750 milhões de pessoas. Além das oportunidades de negócios, Nthumbi destaca que é também um dos lugares mais seguros para ser judeu.
"Nosso pai, Abraão, navegou para a África durante os dias de grandes secas e partiu da África com muitos recursos", afirmou o diretor da Fundação dos Aliados de Israel para a África.
"Acreditamos que a África não apenas oferece um espaço seguro para os judeus, mas também possui riquezas para eles. E para essa população cristã que mencionei, Sião é muito importante para eles."
“Queremos ver as políticas de Israel olharem para África de forma diferente, e queremos ver as políticas da África olharem para Jerusalém de forma diferente”, disse Nthumbi.
E acrescentou: “Dizemos que agora é a hora da África e agora é a hora de Israel. Há um enorme potencial.”