O secretário de Estado Mike Pompeo se reuniu com seu homólogo da Arábia Saudita na última quarta-feira (14) e pediu ao reino que normalize suas relações com Israel. O encontro ocorreu no Departamento de Estado dos EUA, em Washington.
Pompeo disse que os acordos diplomáticos assinados pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Bahrein — também conhecidos como “Acordos de Abraão” — atendem aos interesses de segurança de Riade e Washington.
“Eles refletem uma dinâmica de mudança na região. Aquela em que os países reconhecem corretamente a necessidade de cooperação regional para conter a influência iraniana e gerar prosperidade”, disse Pompeo durante um comunicado entregue ao ministro das Relações Exteriores sauditas, Príncipe Faisal bin Farhan Al Saud.
“Esperamos que a Arábia Saudita considere normalizar suas relações também e queremos agradecê-los pela ajuda que tiveram no sucesso dos Acordos de Abraão até agora”, continuou ele.
A Arábia Saudita não comentou diretamente os detalhes dos acordos, mas abriu seus céus para aviões israelenses que viajam de e para a região do Golfo.
Pompeo também disse que espera que o Reino exorte os palestinos a "voltar ao diálogo e à negociação com Israel".
Os comentários recentes de um oficial saudita condenando os palestinos por repetidamente perderem oportunidades de fazer a paz com Israel e encerrar o conflito de décadas, levantaram especulações de que a Arábia Saudita poderia um dia normalizar os laços com Israel.
Bandar bin Sultan, ex-chefe da inteligência da Arábia Saudita e embaixador de longa data nos Estados Unidos, disse em uma entrevista bombástica para a TV Al-Arabiya que a política externa palestina falhou, e a decisão dos líderes palestinos de criticar os Emirados Árabes Unidos e Bahrein por terem assinado acordos diplomáticos históricos com Israel são “inaceitáveis”.
A entrevista revelou as frustrações do reino com os líderes palestinos, mas não deu nenhum sinal definitivo de que a Arábia Saudita está pronta para estreitar laços com o Estado Judeu.
Processo delicado
Como o berço do Islã e lar dos locais mais sagrados do Islã, a Arábia Saudita tem influência especial na região e é cautelosa em relação a como uma decisão de normalizar os laços com Israel poderia perturbar o mundo muçulmano e ameaçar sua própria segurança.
“A decisão da Arábia Saudita é diferente de qualquer outro país. Não é apenas uma questão de um país e seu povo como os Emirados Árabes Unidos e Bahrein. É mais do que isso por causa de seu peso na região ”, disse o autor e pesquisador Dr. Najat Al Saeed a repórteres na segunda-feira.
O especialista em Oriente Médio Joel Rosenberg liderou várias delegações de líderes evangélicos aos Estados do Golfo e se reuniu com líderes sauditas. Ele acredita que as mudanças estão chegando.
“Eu acho que estamos realmente tendendo a desenvolvimentos notáveis em direção à normalização, um tratado de paz total entre o Reino da Arábia Saudita e o Estado de Israel. Sei que, para muitos, isso parece prematuro e até improvável. Com certeza vai acontecer. Acho que é uma questão de tempo”, disse Rosenberg à CBN News.