Palestina aproveita jogo entre Argentina e Israel para cobrar direito sobre Jerusalém

A Associação Palestina de Futebol alegou que o evento tem motivações políticas favoráveis a Israel.

Fonte: Guiame, com informações da SportvAtualizado: quarta-feira, 30 de maio de 2018 às 14:35
Claudio Tapia, presidente da Afa, ao lado do embaixador de Israel na Argentina (Foto: Divulgação/Argentina)
Claudio Tapia, presidente da Afa, ao lado do embaixador de Israel na Argentina (Foto: Divulgação/Argentina)

O próximo amistoso programado para acontecer entre Argentina e Israel, no estádio Teddy Kollek, em Jerusalém, já está causando um efeito um tanto inesperado, devido à atmosfera de boas relações que o evento tende a criar. A animosidade tem surgido por parte da Associação Palestina de Futebol (PFA), que condenou a realização do jogo entre as seleções, alegando que a proposta teria motivações políticas.

O texto emitido pela Associação afirma que a alteração do local do jogo - anteriormente Haifa (território israelense) e agora Jerusalém - teria razões partidárias em favor de Israel.

"Como se sabe, o local original para o jogo era Haifa (Israel), mas, após pressão política por parte do governo israelense, como disse, abertamente, a ministra da Cultura e Esporte, Miri Regev, a partida foi transferida para Jerusalém" diz a carta, enviada pela FPA à Associação Argentina de Futebol (Afa).

Assinado pelo presidente da PFA, Jibril Rajoub, o documento aponta que a realização do jogo no novo local seria um apoio para que "a ocupação da Jerusalém Leste seja vista como algo normal".

"É uma decisão que, dado o contexto atual, a Associação Palestina de Futebol rejeita e condena (...). Israel, o poder de ocupação, atuou na contravenção dos valores e normas universais que regem os princípios do esporte", completa a carta.

"Os esportes, em geral, e o futebol, em particular, devem ficar longe da política. Infelizmente, contudo, a aceitação da Associação de Futebol Argentina de jogar com Israel, em Jerusalém, nos lembrou a todos como Israel usa o esporte como ferramenta para encobrir suas ações, incluindo a presença de seis equipes de colônias ilegais no estado ocupado da Palestina, como parte do Campeonato Isralense", destaca o documento.

O documento enviado pela associação palestina também faz menção a decisões como a dos EUA, de transferir suas embaixadas embaixadas para Jerusalém, quebrando o consenso internacional histórico, de não reconhecer a soberania sobre a cidade.

Contextualização

Fato intrigante nesta expressão de repúdio da Associação Palestina de Futebol é que o jogo foi transferido para se realizar no estádio Teddy Kolle, localizado no lado oeste de Jerusalém, que atualmente tem domínio oficial de Israel e não faz parte da "ocupação" israelense, que é a grande reclamação da Autoridade Palestina.

A reivindicação da Associação Palestina de Futebol acaba parecendo apenas mais uma prova de suas tentativas em simplesmente atacar Israel e bater sempre na mesma tecla da "ocupação" israelense em Jerusalém, ainda que o contexto por ela apontado não sirva como base para suas reclamações, como é o caso da realização do amistoso na cidade, fora da área de conflito entre as duas nações.

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