Paraguai pode ser o primeiro país da América do Sul a levar embaixada para Jerusalém

O presidente do Paraguai Horacio Cartes está aguardando um sinal do primeiro-ministro de Israel para iniciar a mudança.

Fonte: Guiame, com informações do Sputnik NewsAtualizado: quarta-feira, 2 de maio de 2018 às 13:41
Horacio Cartes, presidente do Paraguai e Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel. (Foto: Emil Salman/POOL).
Horacio Cartes, presidente do Paraguai e Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel. (Foto: Emil Salman/POOL).

O Paraguai pode ser o primeiro país da América do Sul a mover sua embaixada para Jerusalém. É que Horacio Cartes, o presidente da nação, já manifestou seu desejo em mudar a localidade de Tel Aviv para Jerusalém antes de finalizar sua legislatura.

Segundo informações do jornal ABC, Cartes agora aguarda um “sinal” de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, para prosseguir com a mudança de local.

O presidente ressaltou sua vontade ao dizer que a mudança da embaixada responde a um "compromisso político" e um desejo pessoal. Ele se colocou durante a celebração do 70º aniversário da criação do Estado de Israel, que aconteceu na última quinta-feira (26) no Banco Central do Paraguai.

Cartes ainda enfatizou o bom tratamento que havia dado a Israel e Paraguai, em particular a Netanyahu. O paraguaio ainda ressaltou que só espera "um sinal" do governo israelense para ordenar a transferência.

O presidente sul americano não chegou a apresentar alguma data específica, porém deixou claro sua vontade de que a mudança aconteça antes de terminar seu mandato. Tal ação é o prelúdio do reconhecimento oficial de Jerusalém como capital do Estado de Israel, por Assunção.

Onda americana

Foi em dezembro de 2017 quando Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, anunciou a polêmica decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e iniciar o processo de transferência da embaixada dos EUA.

Representando uma promessa de campanha de Trump, o anúncio da Casa Branca interrompe o trabalho diplomático e décadas de política externa dos EUA na disputada cidade. Após este episódio, muitos outros países anunciaram medidas semelhantes, como a Guatemala, Romênia, Honduras e República Tcheca.

Em contrapartida, houve o Hamas, movimento palestino, invocou um levante popular, enquanto Hasan Nasrallah, líder do grupo político e militar Hezbollah, que opera a partir do Líbano, onde milhares de refugiados palestinos vivem, juntou ao pedido em um ato multitudinário nas ruas de Beirute.

Muitas manifestaçõies foram registradas em vários países pelo mundo repudiando a posição de Trump e expressões de rejeição de outros líderes, como o turco Recep Tayyip Erdogan, que por sua vez descreveu a decisão dos EUA como "nula e inválida".

Apesar disso, Mahmoud Abbas, o presidente palestino, classificou o passo dado por Washington de "presente ao movimento sionista". Em Jerusalém Ocidental está o governo de Israel, mas os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.

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