O Knesset, Parlamento de Israel, será dissolvido nesta quarta-feira (22), após renuncia do primeiro-ministro Naftali Bennett. Os líderes da coalizão formada para governar o país esperam apresentar o projeto de lei para dissolver o Knesset na leitura inicial de amanhã.
Com a saída de Bennett, após um ano como primeiro-ministro, os israelenses deverão voltar às urnas em outubro pela 5ª vez em três anos.
Bennett foi eleito em 2021 graças a uma aliança de oito partidos israelenses que deu fim a meses de impasse na escolha do primeiro-ministro do país.
Seu chanceler, Yair Lapid, assumirá a função interinamente até as eleições para eleger um novo chefe de governo.
“Meu amigo, o ministro das Relações Exteriores, e eu decidimos juntos dissolver o parlamento e definir uma data para as novas eleições”, anunciou Bennett em discurso transmitido por todos os canais de Israel, juntamente com Lapid.
Coalizão
Israel realizou quatro eleições entre 2019 e 2021 até que, em junho de 2021, foi formada uma coalizão única na história de Israel, composta por partidos de direita, centro, esquerda e, pela primeira vez, um partido árabe, para encerrar os 12 anos de Benjamin Netanyahu como chefe de governo. O acordo de coalizão previa um rodízio entre os dois líderes à frente do Executivo e a possível substituição de Bennett por Lapid em caso de dissolução do Parlamento.
O líder da coalizão MK Boaz Toporovsky (Yesh Atid) e o líder da facção New Hope, MK Sharren Haskel, se reuniram com o Comitê do Presidente do Knesset na manhã desta terça-feira (21) para garantir que a proposta de dissolver o Knesset seja inserida na programação da plenária de quarta-feira.
O Parlamento deve receber Projetos de Lei dos partidos e privados com propostas para a dissolução, estes últimos podem demorar até 45 dias.
A coalizão também está debatendo se deve tentar "limpar a mesa" e aprovar todos os seus projetos atuais que estão prontos para segunda e terceira leituras. Isso garantirá que os esforços para levar os projetos de lei até aqui não sejam desperdiçados e dará às facções da coalizão uma série de conquistas que elas poderão usar em suas próximas campanhas.
Governo alternativo de direita
Segundo informa o Jerusalem Post, a oposição ainda está tentando formar um governo alternativo liderado por Benjamin Netanyahu.
Isso inclui o Likud, Judaísmo da Torá Unida (UTJ), Azul e Branco, Nova Esperança e Yamina, disse o MK Uri Makleb da UTJ na Rádio do Exército na manhã de terça-feira.
Netanyahu disse na segunda-feira à noite que tentou iniciar tal movimento, mas que foi bloqueado por MKs da coalizão, que ele acusou de hipocrisia, pois concordaram em se sentar com Ra'am (Lista Árabe Unida) e essencialmente escolheram um partido árabe em vez de um sionista.
O líder da oposição acrescentou que não permitiria o líder Ra'am, Mansour Abbas, em uma coalizão liderada pelo Likud.