Moscou contestou a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã e Jerusalém pouco antes de seu ataque à Ucrânia, informou o site Jerusalem Post na quinta-feira (24).
“A Rússia não reconhece a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, que fazem parte da Síria”, disse o vice-embaixador russo, Dmitry Polyanskiy, ao Conselho de Segurança da ONU, que realizou um debate sobre o conflito israelo-palestino na quarta-feira (23).
A reunião mensal do Conselho de Segurança das Nações Unidas ocorreu enquanto a Assembleia Geral debatia a crise entre Rússia e Ucrânia.
A declaração de Polyanskiy foi feita poucas depois que Israel quebrou sua neutralidade no conflito, acenando seu apoio à Ucrânia.
No Conselho de Segurança da ONU, a Rússia lembrou a Israel que está com a Síria — país onde os russos iniciaram uma campanha militar em 2015.
O Golã foi conquistado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Israel anexou o Golã em 1981, mas até hoje, os Estados Unidos são o único país que reconhece essa soberania.
Em dezembro de 2021, o gabinete israelense aprovou um plano de 1 bilhão de shekel (equivalente a R$ 1,5 bilhão) para aumentar a população de Israel no Golã, inclusive através da criação de duas novas cidades.
Polyanskiy lembrou essa decisão quando disse que a Rússia estava “preocupada com os planos anunciados por Tel Aviv para expandir a atividade de assentamento nas Colinas de Golã ocupadas, o que contradiz as disposições da Convenção de Genebra de 1949”.
O diplomata russo também questionou, de forma indireta, a soberania israelense sobre Jerusalém, incluindo a parte ocidental da cidade.
Em 2017, Moscou disse que reconhecia Jerusalém Ocidental como a capital de Israel. Na quarta-feira, Polyanskiy usou Tel Aviv como sinônimo de governo de Israel, indicando que não reconhece a soberania israelense sobre a parte oriental de Jerusalém, como sua capital, onde está localizado o Muro das Lamentações.