A Guatemala fará a mudança de sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém em maio, dois dias depois que os Estados Unidos fizer o mesmo movimento. O anúncio foi feito pelo presidente da nação, Jimmy Morales, em uma conferência em Washington.
“Gostaria de agradecer o presidente Trump por liderar o caminho. Sua decisão corajosa nos incentivou a fazer o que é certo”, disse Morales em discurso na conferência anual de política do Comitê de Assuntos Públicos Americanos e Israelenses.
A Guatemala foi um dos poucos países que apoiou a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Este é o primeiro país, além dos EUA, a marcar uma data para a mudança de sua embaixada.
O status de Jerusalém é um dos obstáculos mais dramáticos para um acordo de paz entre israelenses e palestinos, que reivindicam Jerusalém Oriental como sua capital. A comunidade internacional não reconhece a soberania de Israel sobre toda a cidade, que abriga locais sagrados para judeus, muçulmanos e cristãos.
O movimento iniciado por Trump inverteu décadas de política dos EUA, provocando a oposição do mundo árabe e dos aliados ocidentais. Como resposta, 128 países desafiaram o governo americano através de uma resolução da Assembleia Geral da ONU, pedindo que os EUA anulassem o reconhecimento de Jerusalém.
Diante da pressão da comunidade internacional, Trump ameaçou cortar ajuda financeira aos países que apoiaram a resolução da ONU. Os Estados Unidos são uma importante fonte de assistência à Guatemala.
Resgate histórico
Antes de 1980, a Guatemala e outros países mantinham uma embaixada em Jerusalém. Com o estabelecimento da Lei de Jerusalém por Israel, em junho de 1980, que proclamava Jerusalém como “capital indivisível e eterna” da nação, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apelou à Guatemala e outros países para que mudassem suas embaixadas para Tel Aviv, resultando em sua transferência.
Morales, que tem uma importante base de apoio cristã e conservadora, afirma que sua decisão de devolver a embaixada da Guatemala a Jerusalém “evidencia fortemente o apoio contínuo e a solidariedade da Guatemala com o povo de Israel”.