Reconhecendo seus esforços para negociações de paz no Médio Oriente, o presidente dos EUA Donald Trump declarou na última terça-feira (2), pela manhã que poderia cortar o dinheiro da ajuda dos EUA até então enviado à Autoridade Palestina, dizendo que eles não estavam mais dispostos a negociar.
Trump, em alguns tweets, disse que os EUA "pagam aos palestinos, CENTENAS DE MILHÕES DE DÓLARES por ano e não recebem em troca gratidão ou respeito".
"Eles nem querem um tratado de paz com Israel, nem que seja em uma negociação a longo prazo", afirmou.
"Tiramos Jerusalém - a parte mais difícil da negociação - para fora da mesa, mas Israel, por isso, teria que pagar mais. Mas se os palestinos que não querem mais falar de paz, por que devemos fazer esses pagamentos maciços para o futuro?", escreveu o presidente.
Trump enfureceu a muitos no Oriente Médio quando anunciou no final do ano passado que os EUA considerariam Jerusalém a capital de Israel e vão transferir sua embaixada para lá.
O líder palestino Mahmoud Abbas disse que o anúncio destruiu a credibilidade de Trump como um mediador de paz do Oriente Médio, chamando a decisão de "uma declaração de retirada do papel que desempenhou no processo de paz".
Os tweets de terça-feira indicam uma admissão tácita de Trump que sua decisão de mover a embaixada dos EUA em Israel de Tel Aviv para Jerusalém tinha o objetivo de resolver de uma vez por todas os planos de sua administração para reiniciar o processo de paz entre israelenses e palestinos. Trump encarregou o genro Jared Kushner para reiniciar os esforços e trouxe seu ex-advogado, Jason Greenblatt, para a Casa Branca para liderar as negociações - que ele apelidou de "o acordo final".
No Twitter, o Trump também emitiu uma ameaça para cortar o dinheiro da ajuda estrangeira para uma lista não especificada de países que não respondem positivamente.
"Não é apenas ao Paquistão que pagamos bilhões de dólares por nada, mas também muitos outros países", afirmou Trump, referindo-se a um Tweet de 1 de janeiro, criticando o Paquistão por não ter feito o suficiente para combater os grupos terroristas enquanto recebia ajuda dos EUA. "Não mais!", twittou Trump na última segunda-feira.
Esta é uma partida marcante da prática americana bipartidária e reflete a visão transacional de Trump sobre assuntos globais. Os líderes dos Estados Unidos de ambas as partes utilizaram há muito tempo o dinheiro da ajuda estrangeira - uma pequena porcentagem do orçamento geral - para promover os interesses americanos no exterior, aliviar as crises humanitárias e apoiar os povos oprimidos.
Enviada de Trump às Nações Unidas, a embaixadora dos EUA Nikki Haley, anunciou o aviso de Trump na terça-feira no Conselho de Segurança da ONU. Haley disse que o presidente não quer mais enviar dinheiro à Palestina "até que os palestinos estejam dispostos a voltar à mesa de negociações".
"Ainda queremos muito ver um processo de paz. Nada muda com isso. Os palestinos agora têm que mostrar que querem voltar a negociar", disse Haley. "Agora, eles não estão dispostos a um acordo de paz, mas continuam a pedir ajuda financeira. Não estamos dando essa ajuda. Vamos nos certificar de que eles querem negociar um acordo de paz".
A equipe 'Trump's Mideast' realizou reuniões com líderes israelenses, palestinos e árabes por quase um ano antes de uma proposta de paz esperada.
Mas, ao reconhecer a reivindicação de Israel a Jerusalém, Trump foi visto pelos palestinos como se alinhando com Israel no assunto mais sensível do conflito. Os palestinos reivindicam o leste de Jerusalém - que Israel capturou em 1967 - como sua capital.