Uma possível vacina oral contra o coronavírus está sendo testada por uma empresa israelense. A Oramed Pharmaceuticals criou uma versão oral de dose única, que está sendo desenvolvida pela Phemas Biotech, com sede na Índia.
Em março, foi anunciado que o imunizante havia gerado anticorpos em porcos, com sucesso. A tecnologia se baseia em uma versão do próprio vírus, mas não infeccioso, para forçar o corpo a produzir uma resposta imune, sem a pessoa desenvolver sintomas.
Entre as várias vantagens, estão a facilidade na distribuição por não necessitar de armazenamento em baixas temperaturas, além de não depender de equipamentos para a aplicação do imunizante, dispensando também a necessidade de profissionais administrando injeções.
“Isso poderia ‘virar o jogo’ em países como a Índia, onde apenas 5% da população foi vacinada", disse Nadav Kidron, CEO da Oramed. Ele antecipa que, possivelmente, haverá necessidade de doses de reforço, à medida que a variante Delta aumenta em alguns países.
Doses de reforço
Kidron considera a fórmula particularmente robusta em face de novas variantes. “Israel já começou a dar doses de reforço aos imunocomprometidos, e as autoridades de saúde em muitas partes do mundo estão falando sobre a possibilidade de doses de reforço para todos”, disse.
Enquanto isso, há uma sugestão crescente nos círculos médicos de que as vacinas de reforço podem não precisar ter a mesma fórmula das vacinas iniciais, e pode até haver benefícios em uma abordagem mista.
Kidron disse ao The Times of Israel que sente uma urgência em obter o produto aprovado e nas mãos dos profissionais de saúde, dada a perspectiva de demanda por reforços e a falta de vacinas em algumas partes do mundo.
“Nossa vacina oral, que não depende de congelamento, ao contrário de outras vacinas contra o coronavírus, pode significar toda a diferença para que um país seja capaz de sair da pandemia”, apontou.
A Oramed agora recebeu a aprovação do Centro Médico Sourasky de Tel Aviv para iniciar um ensaio clínico em 24 voluntários não vacinados e irá monitorar se a pílula da vacina os estimula a gerar anticorpos e, em caso afirmativo, em que nível isso acontecerá.
Kidron disse a vacina tem como alvo três proteínas de superfície do vírus SARS CoV-2, enquanto a maioria das outras tem como alvo apenas uma, e acrescentou que ela tem como alvo proteínas que não são propensas a mutação, sugerindo que isso manterá a vacina eficaz em face de novas variantes.
A empresa espera iniciar o teste de sua pílula Oravax no mês que vem, assim que a aprovação final for recebida do Ministério da Saúde. “Nossa vacina é uma candidata particularmente forte contra o vírus Covid-19 em evolução”, concluiu.